Andrey Azeredo criticou o projeto aprovado na Câmara, que permite carros nos corredores preferenciais à noite, de madrugada e em feriados

Secretário Andrey Azeredo é também cicloativista | Foto: reprodução
Secretário Andrey Azeredo afirma que prefeitura busca incentivar sempre a utilização de veículos não motorizados, como a bicicleta | Foto: reprodução

Foi aprovado na Câmara Municipal de Goiânia, nesta quarta-feira (28/10), uma matéria que pretende alterar as regras de circulação nos corredores preferencias. Conforme o Projeto de Lei 213/2015, será permitida a circulação de veículos entre as 20 horas e 6 horas de segunda a sexta-feira, além de finais de semana. Nos dias de feriado, a liberação será em tempo integral.

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O responsável pela Secretaria Municipal de Trânsito (SMT), Andrey Azeredo, comentou a decisão ao Jornal Opção e sustentou que o transporte coletivo deve ser tratado como prioridade número um, assim como o incentivo à utilização de transporte não motorizado, como a bicicleta.

“Mesmo com uma restrição de horário, tirar a exclusividade do transporte coletivo é um retrocesso sem precedentes”, lamentou. O projeto ainda passará pelas mãos do prefeito Paulo Garcia (PT), que deverá sancionar ou vetar a matéria.

As pessoas que mais utilizam o transporte coletivo, como explicou Andrey, são moradores de áreas mais afastadas, ou até de outras cidades, como Senador Canedo, Goianira e Aparecida de Goiânia, que ocupam as classes C, D e E, majoritariamente.

O tempo gasto por elas da casa ao trabalho, utilizando os corredores preferenciais, ainda é muito grande. “São as pessoas mais necessitadas e que precisam do nosso apoio, da presença constante do governo, para melhorar as condições de vida e gerar mais oportunidades.”

Para o secretário, o transporte está no direito básico de ir e vir, e qualquer interferência é danosa para toda a sociedade. Quem mais reclama dos corredores, segundo Andrey, são pessoas que não precisam dos ônibus porque já tem a comodidade do carro próprio. E a intenção, ao criar os corredores, é priorizar a  vida das pessoas que não têm transporte próprio.

“Se tirar o corredor e der preferência aos veículos pequenos, vamos aumentar o tempo do percurso das pessoas que moram em locais mais afastados simplesmente para gerar benefícios às pessoas que fazem trajetos mais curtos, de forma mais tranquila e confortável. Esse projeto é uma agressão a tudo que tem sido feito às pessoas mais necessitadas em nossa cidade.”

Além disso, o secretárioda SMT ressalta que os corredores são frutos de financiamentos com o governo federal e com outras entidades. A mudança nas regras pode descaracterizar a utilização dos corredores e o município pode perder os recursos.

Fim dos fotossensores?

Autor do projeto, o vereador Antônio Uchoa (PSL) cogitou desligar os fotossensores instalados nas vias durante o período em que foi liberado o trânsito de outros veículos além dos ônibus, mas voltou atrás antes de fazer o relatório do projeto.

Andrey Azeredo explicou que tecnicamente é algo simples de fazer, mas que os impactos gerados são irreversíveis. “Com o sistema de hoje ainda temos acidentes fatais. Não quero nem imaginar como seria sem”, arrematou.