Temer condena uso de armas químicas, mas não apoia intervenção militar na Síria
14 abril 2018 às 15h13
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Presidente do Brasil defendeu solução diplomática para o conflito. Itamaraty também emitiu nota sobre ataque dos Estados Unidos e aliados no país
O presidente Michel Temer (MDB) declarou neste sábado (14/4) que o Brasil condena o uso de armas químicas e manifestou “profunda preocupação com escalada do conflito militar na Síria”. Em discurso na 8ª Cúpula das Américas, realizada em Lima, no Peru, Temer defendeu uma solução permanente para a guerra na região.
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“Já é, pensamos nós, passada a hora de encontrar soluções duradouras, baseadas no direito internacional, para uma guerra que se estende há tempos demais, a um custo humano, também, elevado demais. Condenamos, naturalmente, o uso de armas químicas, que é inaceitável”, afirmou. Em entrevista, Temer disse que o ataque na Síria “não é útil para o mundo” e defendeu atuação da ONU no caso, ao dizer que é preciso buscar uma “solução internacional” para o conflito na Síria em vez de “uma solução segmentada”.
Na noite dessa sexta-feira (13), os Estados Unidos anunciaram que lançaram um ataque em conjunto com o Reino Unido e a França contra instalaçãoes de armas químicas na Síria, em resposta ao suposto ataque químico à cidade de Duma, realizado há uma semana.
O presidente brasileiro reiterou que a rejeição ao uso de armas químicas não é simplesmente uma posição de governo, mas uma questão de Estado e enfatizou que a Constituição brasileira também proibe o uso de armas ou energias nuclelares para fins não pacíficos.
Temer também se solidarizou às vítimas do conflito e reafirmou que o governo ficará atento aos desdobramentos da guerra. “Nossos pensamentos se voltam para todas as vítimas deste conflito e, naturalmente, pernameceremos atentos para a segurança de muitos brasileiros que vivem naquela região”, completou.
Após o posicionamento do presidente, o Ministério das Relações Exteriores também emitiu nota oficial. O documento defende a investigação, de forma abrangente e imparcial, das denúncias de uso de armas químicas no país e que a apuração resulte na punição dos responsáveis.
“A superação do conflito na Síria requer pleno respeito à Carta das Nações Unidas e ao direito internacional, inclusive o banimento do emprego de armas químicas, e o diálogo efetivo. Nesse contexto, o Brasil reitera o entendimento de que o fim do conflito somente poderá ser alcançado pela via política, por meio das tratativas sob a égide das Nações Unidas e com base nas resoluções do Conselho de Segurança”, diz trecho da nota.
O Itamaraty ressaltou também que está em contato permanente com a comunidade brasileira que vive na Síria. Mesmo reafirmando que não há registro de brasileiros entre as vítimas, a pasta disponibilizou contatos para brasileiras que estão em busca de informações e esclarecimentos.