Suspeitos fabricavam emagrecedores supostamente fitoterápicos com substâncias controladas em laboratórios clandestinos

Ministério Público Estadual denunciou a quadrilha | Foto: Reprodução

Sete presos da Operação Dieta Sadia tiveram prisões temporárias convertidas em preventivas em sentença publicada nesta terça-feira, 11. Eles são suspeitos de envolvimento na fabricação e venda de remédios emagrecedores falsos em farmácias e pela internet. A decisão é da juíza Placidina Pires, da Vara dos Feitos Relativos a Organizações Criminais e Lavagem de Capitais.

A sentença ainda determina o bloqueio de mais de R$ 2 milhões das contas bancárias dos suspeitos.

De acordo com investigações, Douglas Freitas Carneiro; Acácio Rodrigues da Silva; Wellington Pires da Silva; Robson da Silva Ferreira ; Norival do Nascimento Alves e Samuel do Carmo e Isaac Silva Pereira seriam integrantes de uma organização criminosa que falsificava e adulterava toneladas de produtos destinados a fins terapêuticos ou medicinais.

Esses falsos medicamentos eram desprovidos de registro no órgão de vigilância sanitária sem as características de identidade e qualidade admitidas para a sua comercialização, além da procedência ignorada.

Como eles agiam

A organização criminosa agiu desde 2013 nas cidades de goianas de Cachoeira Alta, Paranaiguara, São Simão, Quirinópolis e Rio Verde,  além da mineira Uberlândia.

A denúncia ainda diz que os suspeitos teriam ocultado e dissimulado a origem, movimentação e propriedade de bens, direitos e valores, ao converterem em ativos lícitos por meio de compra e venda, valores provenientes diretamente do lucro das atividades criminais.

Além disso, Zaidem Abi Ferreira Filho, Samuel do Carmo, Norival do Nascimento, Samuel do Carmo Filho e Renato Simão dos Santos possuíam, no interior de uma propriedade na zona rural de Cachoeira Alta, arrendada por Norival, uma espingarda de calibre 22, nove munições de calibre 38 e 13 munições de calibre 22.

Na decisão, a magistrada argumentou que as condutas dos réus são graves, já que os remédios possuíam em sua composição substâncias de uso controlado, que dependem de receita médica, como sibutramina, fluoxetina e diazepan, e eram revendidos como se fossem fitoterápicos, causando sérios riscos à saúde de milhares de consumidores.

A investigação mostrou que a estrutura da organização criminosa não se restringia aos limites territoriais goianos, possuindo ramificações também em Minas Gerais, Tocantins e Rio de Janeiro. Eles usavam também fazendas no interior de Goiás que funcionavam como laboratórios clandestinos para o preparo das substâncias adulteradas.