Gestão Iris Rezende pagava reajuste de 2,94% aos administrativos sem projeto de lei aprovado na Câmara. Imbróglio persiste

O clima nas escolas municipais de Goiânia é de tensão. Isso porque o Jornal Opção denunciou, na noite da última segunda-feira (4/9), que os servidores administrativos da Educação podem ter os salários reduzidos e até ser obrigados a devolver recursos à prefeitura.

Desde o mês de abril, a gestão Iris Rezende (PMDB) vinha pagando o reajuste à categoria da data-base do ano passado, de 2,94%, sem ter apresentado projeto de lei na Câmara de Goiânia — o que é ilegal.

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Após identificar “o erro” (passível de denúncia de improbidade administrativa), a prefeitura decidiu suspender o pagamento do reajuste já a partir de agosto. Em entrevista à reportagem, três trabalhadoras confirmaram que identificaram redução no vencimento deste mês.

“Todos os funcionários daqui do centro [educacional] perceberam isso no contracheque. Estávamos recebendo esse pequeno reajuste e agora retiraram”, lamentou Elza Santa Flores. A situação é a mesma onde Helci Santana Flores de Oliveira trabalha: “Não veio o reajuste em agosto. O site saiu fora do ar, todos os administrativos que visualizaram no site estava faltando o reajuste.”

Segundo ambas, quando questionaram os responsáveis pela confecção da folha de pagamento , foram informadas que se tratava de “um erro de digitação”.

A situação levou, inclusive, o Sindicato dos Trabalhadores da Educação em Goiás (Sintego) a pedirem explicação do secretário municipal Marcelo da Costa. Contudo, até agora, não conseguiram nenhum posicionamento.

Há a informação, não confirmada pela prefeitura, de que todo o reajuste concedido de abril até julho deverá ser reposto aos cofres públicos. Ou seja, os servidores terão que devolver os 2,94% que receberam durante os três meses.

“Queremos é a reposição, não estamos sabendo disso de devolver, não obtivemos resposta nenhuma do secretário. É um verdadeiro absurdo”. protestou Flores.

“Não vamos aceitar isso. Nossa! É um absurdo! Servidor já recebe pouco, como vamos fazer para devolver? Maioria dos administrativos só trabalha em uma escola, o que vai fazer sem o salário? Não foi erro nosso”, completou Oliveira.