Fernando Machado explica que eles entrarão em substituição aos profissionais que estão atuando por contrato. No entanto, a prioridade vai ser dada às unidades defasadas, garantindo que elas tenham cobertura total, mesmo aos finais de semana

Foto: Edilson Pelikano
Foto: Edilson Pelikano

 

A falta de médicos nos atendimentos de urgência da capital já são uma constante para a população mais carente. A recente repercussão sobre os casos de cidadãos que buscaram socorro neste final de semana e encontraram os Centros de Atendimento Integral à Saúde (Cais) sem médicos para realizar os atendimentos suscitaram novamente o debate e obrigaram a Secretaria de saúde de Goiânia a se manifestar sobre a situação.

Segundo o titular da pasta, Fernando Machado, a falta de médicos não é uma particularidade desta gestão ou mesmo do município. Segundo ele, a rotatividade de profissionais nos atendimentos de emergências é, por sua natureza, muito alta. “Os médicos não tem aspiração a trabalhar nos plantões. Depois que chegam, logo eles partem para alguma especialidade ou são aprovados em outro concurso”, diz.

Além disso, há outras questões envolvidas, como a relutância dos médicos de trabalharem aos finais de semana ou em pontos mais afastados, e também os riscos biológicos a que os profissionais estão submetidos. “Assim, é muito difícil que um plantonista permaneça por muitos anos e o município não consegue acompanhar essa rotatividade”, explica.

De acordo com o secretário, apesar dessa situação, 91% das unidades de saúde de Goiânia estão com suas escalas cobertas. Os déficits seriam apenas nos plantões de fins de semana.

Machado assegura que 60 médicos seriam suficientes para suprir a demanda. Assim, ele prevê para esta semana o chamamento de mais 454 médicos aprovados no último concurso, de 2012. Ele ressalta que outros 800 foram chamados no ano passado.

Questionado se o município — que recentemente esteve envolvido em uma crise financeira – conseguiria arcar os custos, o secretário explicou que os recém-chamados entrarão em substituição aos profissionais que estão atuando por contrato. No entanto, a prioridade vai ser dada às unidades defasadas, garantindo que elas tenham cobertura total, mesmo aos finais de semana.

O secretário explica que os médicos recebem salários entre R$ 700 a R$ 1250, dependendo da unidade de atuação. Para os que atuam aos finais de semana ou em locais afastados são oferecidos adicionais, de forma a incentivar a permanência nos quadros do município. Resta saber se as medidas adotadas serão suficientes para suprir a demanda e garantir o atendimento à população.