Saída do Centrão dará mais força ao DEM em Goiás, apontam deputados goianos
28 julho 2020 às 08h10

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Com desembarque do DEM e do MDB do “blocão”, partidos passam a atuar de forma mais independente e antagônica ao governo federal. Presidente do MDB, Daniel Vilela, vê saída com naturalidade. “Na verdade, estavam juntos apenas para indicar as principais comissões”, analisa

Os deputados goianos do DEM se animam com a notícia de que o partido desembarca do chamado “Centrão”, bloco liderado pelo deputado Arthur Lira (PP) na Câmara dos Deputados.
A leitura que os representantes goianos do DEM fazem é que a saída do “blocão” dará mais autonomia para o partido e para os parlamentares individualmente.
Zacharias Calil afirma que a saída dará mais liberdade burocrática aos parlamentares. Ele cita a apresentação de destaques, que era restringida a dois por partido. Com isso, os parlamentares podem votar de forma mais independente, de acordo com o partido, sem adesão total ao governo federal.
“Sempre fui contra ser chamado de Centrão e de ter adesão de 100% ao governo. Foi bom enquanto durou”, salienta Calil.

Zé Mário Schreiner também se mostra satisfeito com a decisão. Ele reforça que a saída mostra que o DEM nunca foi Centrão, mas esteve alinhado ao “blocão”, que se mostrou eficaz por um tempo, mas que agora não faz tanto sentido.
O parlamentar goiano sustenta que a saída do “blocão” permitirá com o que partido exerça sua proeminência, o que favorecer o estado de Goiás.

Além do DEM, o MDB também já se mostra disposto a sair das votações em bloco na Câmara dos Deputados. O presidente do partido em Goiás, Daniel Vilela, trata como normal a saída do Centrão. Segundo ele, é natural que os blocos sejam feitos e desfeitos ano a ano. “Na verdade, estavam juntos apenas para indicar as principais comissões”, diz.
Juntos DEM e MDB têm 63 deputados e prometem ficar em posição antagônica ao Centrão, que se alinha cada vez mais ao governo Bolsonaro.

Racha
O desembarque acontece após tentativa do líder do blocão retirar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Fundeb da pauta a pedido do Palácio do Planalto.
O grupo contava com Progressistas, PL, PSD, MDB, DEM, Solidariedade, PTB, PROS e Avante que juntos somavam 221 deputados federais. Ele foi formalizado em 2019 para a Comissão Mista de Orçamento, o que garantiu 18 assentos aos partidos membros.