Saiba quem é o brasileiro que se casou com ator famoso de Hollywood
25 agosto 2024 às 09h23
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Há quatro décadas, Hollywood passava por uma significativa mudança geracional. Comédias e dramas direcionados ao público adolescente se tornaram a principal aposta da indústria cinematográfica, destacando jovens talentos como Rob Lowe, Tom Cruise, Demi Moore, Molly Ringwald, e Matt Dillon.
No entanto, talvez devido à resistência ao novo, alguns setores começaram a questionar o talento dessas estrelas emergentes. Foi nesse cenário que “Another Country” estreou, um filme britânico dirigido por Marek Kanievska, inspirado na vida de Guy Burgess, um jovem homossexual inglês que acabaria emigrando para a Rússia comunista e se tornaria parte do grupo de espiões conhecido como Cambridge Five.
Rupert Everett e Colin Firth foram os protagonistas deste filme. Embora o sucesso comercial tenha sido modesto, o longa chamou a atenção da mídia americana e de algumas figuras da indústria, que acreditavam que esses jovens atores teriam uma carreira promissora pela frente.
“Foi um ótimo filme e um daqueles momentos de sorte na vida”, lembrou Everett esta semana, em entrevista à “Tatler”, reproduzida pelo O Globo. “Em primeiro lugar, conseguir o papel no teatro e fazer amizade com Robert Fox, que levou a peça para o West End e produziu o filme logo depois. Filmamos num julho quente de 1983. A senhora Thatcher estava em seu trono e eu ascendia no meu, durante o ano mais produtivo da minha carreira.”
Quando chegou a Hollywood, na metade dos anos 80, Rupert Everett se tornou um companheiro de festas para celebridades como Andy Warhol, Bianca Jagger e Joan Collins. No entanto, nem tudo foi glamoroso; com o passar do tempo, ele testemunhou a perda de muitos de seus amantes devido ao HIV.
Esses foram momentos difíceis, agravados pela falta de apoio familiar. Sua mãe, que o colocou em um internato aos 6 anos, tomava precauções extremas quando ele a visitava, lavando pratos e talheres separadamente e usando luvas durante os jantares.
Muitos acreditam que, se Everett tivesse decidido “permanecer no armário”, sua carreira poderia ter sido tão bem-sucedida quanto a de Hugh Grant ou seu grande amigo Colin Firth. Ele, no entanto, não confirma nem nega essa possibilidade, preferindo não refletir sobre isso.
“Sou um homem gay que se formou a partir dos últimos anos de ilegalidade. Isso moldou todo o meu caráter. Eu me vi fora da estrutura central da sociedade. Então aquela coisa de querer ser heteronormativo que se usa agora claramente não é para mim”, explicou.
Recentemente, em uma entrevista, o ator de 65 anos fez uma revelação surpreendente: ele se casou no meio do ano com Henrique, um contador brasileiro com quem mantém um relacionamento de longa data. A notícia pegou seus seguidores de surpresa, já que Everett havia declarado várias vezes que não acreditava no casamento.
“Eu odeio casamentos heterossexuais. Eles são grotescos. O bolo, o véu, a festa e o inevitável divórcio dois anos depois. Me parece uma perda de tempo no mundo heterossexual, e no mundo homossexual considero trágico que queiramos imitar uma instituição claramente desastrosa”, expressou certa vez.
Em uma entrevista ao jornal inglês “The Times” em 2020, Everett expressou seu descontentamento com a ideia de casamento, mas deixou entrever que sua opinião sobre o assunto estava mudando. “Eu me casaria com meu namorado, embora apenas duas ou três pessoas compareceriam ao meu casamento”, explicou.
Ele também mencionou que, se um dia fosse casar, ele mesmo faria o pedido a Henrique, que sempre manteve uma postura discreta. “Sempre odiei casamentos, embora adore funerais. Mas quando você envelhece… já vi tantos problemas que os casais gays enfrentam, então é mais uma questão de pensar no futuro, já que estamos juntos há muito tempo. Não sei quanto tempo vou durar. Bem, como sou alto, nunca vi uma pessoa de 95 anos com 1,96m de altura. Você nunca sabe o que vai acontecer”, disse com humor.
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