Ronaldo Caiado solicita presença do ministro de Minas e Energia no Congresso para explicar venda da Celg

30 outubro 2014 às 15h55

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No requerimento, o presidente da companhia Fernando Navarrete também foi chamado para prestar esclarecimentos
O deputado federal e senador eleito pelo DEM, Ronaldo Caiado, conseguiu que a Câmara Federal aprovasse na última quarta-feira (29/10) o requerimento de convocação do ministro de Minas Minas e Energia, Edison Lobão, na Comissão de Agricultura e Desenvolvimento Rural, para explicar o processo de venda de 51% da Celg à Eletrobras. Após o recebimento da notificação, o ministro tem 30 dias para comparecer ao local.
O requerimento também convida o presidente da companhia, José Fernando Navarrete, a comparecer na Casa federal. O processo de compra e venda da Celg foi concluído no dia 26 de setembro, quando os acionistas da Eletrobras aprovaram em Assembleia Geral Extraordinária a aquisição de 51% de participação na Celg após longo período de negociação.
Desde o momento que a transação foi concluída, Caiado não cessa de desferir críticas contra a federalização da estatal, dizendo que a negociação foi feita de forma suspeita e que vai comprometer principalmente os setores mais carentes de Goiás. “A população goiana não admite que isso continue no subterrâneo como está sendo feita até o momento. Goiás hoje perde a maior empresa da região, vendida 51% de suas ações por um valor irrisório de R$ 59 milhões”, afirmou o democrata.
Caiado também sustenta que quando for feita a renovação da concessão da estatal em 2015, o valor de mercado da Celg subirá. “Ora, sabemos que passará a R$ 15 bilhões”, garante. A renovação da concessão é motivo, inclusive, de boa parte do imbróglio. Isso porque Goiás queria levar em consideração para o estabelecimento de um preço da companhia a concessão até 2030 e a Eletrobras somente até 2015. No final das contas, o valor foi estabelecido pensando na concessão até 2015.
No momento de defender o requerimento, Caiado garantiu que Goiás precisa da companhia energética para fazer política social e atender às pequenas e médias propriedades rurais que sofrem com prejuízos por conta do mau serviço ofertado. “Não tenho nada contra empresários, só que nós sabemos muito bem que Goiás precisa da Celg para atender à eletrificação rural para que as pequenas cidades agrárias possam criar pólos e distritos agroindustriais”.
Acreditando que com a federalização da companhia os serviços para pequenos produtores tendem a piorar, o deputado defende que o contrato é um total desrespeito com o produtor de leite. “A maior parte deles têm resfriadores onde a produção fica estocada, mas é frequente a queda de energia por até 48h. O médio ou pequeno produtor não tem como arcar com a compra de um conjunto gerador para poder socorrê-lo no momento da perda, o que gera um enorme prejuízo”, alertou. – com a federalização da companhia esse serviço tende a piorar?
Caiado também questionou o período em que a negociação foi consumada, às vésperas das eleições e o empréstimo que foi realizado pelo Estado. O político sustenta que, segundo a lei, vários tipos de repasses de verbas para esferas públicas são proibidos. “Não entendemos como e porque ela aconteceu exatamente em um período onde há o impedimento no repasse de verbas públicas. Por que autorizar vender a maior empresa pública do meu Estado? Por que foi feita essa negociata em período eleitoral e por que o governo de Goiás recebeu um empréstimo da Caixa de R$ 1,9 bilhão quebrando uma regra do Conselho Monetário Nacional que limita esse repasse às concessionares de distribuição elétrica em R$ 900 milhões?”, questionou.