“Rogério Cruz aceita romper com uma base que parecia seu escudo de proteção”, afirma cientista político.
05 abril 2021 às 16h35
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Marcos Marinho aponta que situação já era prevista, mas considera muito rápida e que o Republicanos estabelece seu território em Goiânia
Diante do desembarque de 14 auxiliares do MDB da gestão do prefeito Rogério Cruz (Republicanos) na manhã desta segunda-feira, 05, o cientista político Marcos Marinho analisa o cenário político na capital como incerto. “Essa situação que já era prevista. Não é tão novidade imaginar que haveria uma ruptura, mas confesso que não imaginei que seria tão rápida e que o Republicanos tivesse com tanta ânsia para estabelecer seu território em Goiânia.”
Para Marcos Marinho, o MDB servia como sustentação principal do governo de Rogério, pela história da sigla e pela ideia de sequência da gestão do Iris desde a campanha eleitoral em 2020. “Rogério Cruz é prefeito ainda desconhecido da maioria dos eleitores e de um partido que nunca foi protagonista no cenário local e de repente aceita romper com uma base que parecida ser seu escudo de proteção e ainda ajudava a blindar as insinuações de associação com Crivela no Rio de Janeiro”.
Ainda, segundo o cientista político, o que gera também incerteza são os nomes indicados na nova composição de auxiliares no Paço. “A chegada de pessoas que estão assumindo espaços na prefeitura com critérios que não estão se mostrando tão claros deixa muita gente com a ‘pulga atrás do orelha’. Imagino que algumas reações vão começar a acontecer. Isso pode colocar um lupa maior ainda sobre o que pode vir a ser o governo do Republicanos”.
Nessa perspectiva, Marinho acredita que tudo irá depender as novas alianças que serão feitas. “Acredito em uma aproximação mais direta do Republicanos com o Caiado. Os dois grupos compõem um base bolsonarista forte no estado. O republicanos vai ter atrair para dentro do governo outro grupo de expressão ao invés de apenas dar espaço para pessoas que tem nenhum tipo de plano estabelecido no contexto sócio-político do estado. E Ingerências partidárias e religiosas isso vai esfarelar bastante p governo.”
Em relação um possível aliança de Daniel Vilela com Ronaldo Caiado pensando, sobretudo, nas eleições de 2022, o cientista político não arrisca. “Daniel sempre foi muito resistente a essa possibilidade Se Caiado se mantiver nessa ala mais bolsonarista seria inviável”.
Daniel Vilela
Na avaliação de Marcos Marinho, o presidente do MDB estadual, Daniel Vilela, tem dificuldades de construir uma base sólida dentro da sigla. “Ele está com uma gestão dentro do partido que não está dando a segurança necessária para ser um cabeça de chapa em 2022”.
Marcos defende que é preciso reestruturar o partido, legitimar a liderança de Daniel e após pensar nas possíveis aproximações que a sigla poderá fazer. “Nesse primeiro momento, vale a narrativa de fidelidade a trajetória e aos propósitos. Mas a ruptura com o Paço, de fato, significa, perda de poder. E tudo vai depender de como o MDB vai se reestruturar. A questão partidária está enfraquecida. É preciso se reinventar enquanto partido capaz de aglutinar potencial de poder”.