Em entrevista concedida ao jornal Folha de S. Paulo nesta segunda-feira, 28, o economista e pesquisador Sérgio Wulff Gobetti, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, o Ipea, afirmou que a reforma tributária não deve surtir grandes impactos para o Estado de Goiás. “Goiás fica basicamente como está hoje. Não ganha nem perde”, disse. Gobetti é um dos autores do estudo publicado hoje pelo Ipea que traz estimativas sobre a redistribuição tributária que será provocada pela reforma.

Conforme o estudo intitulado ‘Impactos redistributivos da reforma tributária: estimativas atualizadas’ alguns municípios goianos, sobretudo do Entorno do Distrito Federal, seriam os maiores beneficiados na questão da arrecadação. Já o Estado não teria nem grandes ganhou e nem grandes perdas.

“A proporção que Goiás tem no consumo é basicamente a mesma proporção que o Estado tem no bolo do ICMS. Os seus municípios vão ganhar mais de ISS”, pontuou.

No entanto, umas das principais críticas à atual proposta da PEC, compartilhada pelo governador Ronaldo Caiado, é de que o chamado Conselho Federativo vai retirar dos Estados e municípios a autonomia de gerir sua arrecadação.

“Nunca imaginei na minha vida que o Congresso Nacional pudesse votar um conselho nacional, conselho federativo, não existe em lugar nenhum do mundo. Eu desafio você dizer qualquer país que implantou um conselho federativo, com 54 membros, capaz de substituir os 27 governadores e os 5.670 prefeitos do país”, questionou o governador em um seminário sobre a reforma ocorrido recentemente na Fundação Getúlio Vargas.

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