Racionamento de energia é descartado, mas secretário fala que ‘decisões difíceis’ terão que ser tomadas
19 julho 2021 às 18h43
COMPARTILHAR
Ministério das Minas e Energia projeta baixos índices pluviométricos na temporada de maior volume de chuvas, entre novembro e março. Para a tomada de decisões foi criada a Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética
Durante videoconferência na manhã desta segunda-feira, 19, do “Conexão Empresarial”, organizado pela revista Viver Brasil, de Belo Horizonte (MG), o secretário de Energia Elétrica do Ministério das Minas e Energia, Christiano Vieira da Silva, descartou nesta segunda, 19, a possibilidade de racionamento no Brasil, mas afirmou que “decisões difíceis” terão que ser tomadas no futuro dependendo do volume de chuvas e do nível de utilização de energia no país.
De acordo com o secretário, o ministério projeta baixos índices pluviométricos na temporada de maior volume de chuvas, entre novembro e março. Silva afirma ser possível que o cenário de escassez de 2020, em que o período de chuvas começou atrasado e terminou antes do previsto, se repita.
“A depender da evolução dessas variáveis [chuvas e carga de uso], decisões difíceis têm que ser tomadas. Para isso é que foi criada a Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética”, declarou o secretário. A instância reúne representantes dos ministérios das Minas e Energia, Economia, Agricultura, Meio Ambiente, Desenvolvimento Regional e Infraestrutura.
Novas medidas
Silva afirmou ainda que o ministério faz acompanhamento constante das chuvas e carga no sistema, e que decisões que possam priorizar determinados usos da água dos reservatórios também serão tomadas pela Câmara de Regras, levando em conta impacto em outros setores para além do da geração de energia.
Entre as ações adotadas pelo governo para evitar um cenário pior está a redução das vazões nas hidrelétricas a jusante como Jupiá e Porto Primavera, no Rio Paraná. As plantas tiveram o fluxo reduzido para 2.300 e 2.700 metros cúbicos por segundo, respectivamente. Ambas já operaram com volume superior a 4.000 metros cúbicos por segundo.
O ministério avalia que, sem essas medidas, o nível dos reservatórios da região Sudeste, considerada a caixa d’água do país, chegaria em novembro com 7,5% da capacidade de armazenamento.
O nível dos lagos na região atualmente é de 27,6%, segundo o secretário. A previsão do ministério é que atinja 10,7% em novembro, início do período chuvoso. O nível mais baixo até então foi registrado em 2014, de 20%.