Segundo o documento, assinado pelo advogado Bruno Pena, Marcus Holanda não possui legitimidade para denunciar, já que nem é filiado à sigla

Com acusações mútuas, Eurípedes Júnior e Marcus Holanda disputam o comando nacional do Pros | Foto: Reprodução

Marcus Holanda não possui qualquer legitimidade para registrar ocorrência ou exigir informação, por não ser sequer filiado. É assim que começa uma “nota oficial” assinada pelo advogado Bruno Pena em nome do Partido Republicano da Ordem Social (Pros). Holanda foi eleito para assumir a comissão executiva provisória do Pros, em meio a uma disputa judicial pelo comando nacional da sigla, mas é acusado de ter “invadido” a sede do Pros e, condenado nos autos da ação de reintegração de posse do imóvel, ter causado o desaparecimento de itens do local, como televisores e talheres.

[relacionadas artigos=”384356″]

A nota oficial foi divulgada neste domingo, 6, após, na véspera, Marcus Holanda ter denunciado movimentação atípica no parque gráfico do Pros, em Planaltina de Goiás. Tudo isso ocorre dias antes do julgamento do processo de destituição do presidente do diretório nacional, Eurípedes Júnior, agendado para esta semana.

Holanda tinha registrado boletim de ocorrência, relatando que foram retirados equipamentos de propriedade do diretório nacional. No maquinário retirado, segundo ele haveria, conforme relatado na Delegacia de Planaltina, dez veículos, um helicóptero, condicionadores de ar e outros itens, numa avaliação de cerca de R$ 50 milhões. O material estaria a caminho de São Paulo, embarcado em caminhões.

Procurados no sábado pela reportagem do Jornal Opção para dar sua versão para o imbróglio, Eurípedes Júnior e Bruno Pena não atenderam nem retornaram as ligações. Neste domingo, no entanto, o partido emitiu uma nota, que segue abaixo na íntegra:

NOTA OFICIAL DO PARTIDO REPUBLICANO DA ORDEM SOCIAL

O Partido Republicano da Ordem Social (PROS) vem por meio da presente nota informar que a pessoa de Marcus Vinicius Chaves de Holanda, não possui qualquer legitimidade para registrar ocorrência ou exigir qualquer informação, posto que sequer é filiado ao Partido.

Em janeiro de 2020, Marcus Holanda fez uma ocorrência idêntica, que acabou se revelando uma grande farsa, posto que no mesmo ano, para as Eleições Municipais de 2020, a Gráfica do PROS produziu o material gráfico de seus candidatos em todo o Brasil.

Em cumprimento à decisão do Diretório Nacional do PROS, tomada em deliberação feita ainda no ano passado, foi enviado para venda os equipamentos de sua gráfica, bem como o helicóptero.

O procedimento será devidamente informado à Justiça Eleitoral, e não possui relação alguma com os recursos que estão sendo julgados pela 8ª Turma Cível do TJDFT, tendo em vista que a sentença que se tem é favorável à Direção Nacional do PROS.

Se o Partido foi saqueado, o foi após a invasão de sua sede, por Marcus Holanda, que foi condenado nos autos da Ação de Reintegração de Posse n.º 0700759-50.2020.8.07.0001, julgada pela 21ª Vara Cível de Brasília/DF. No cumprimento da determinação de reintegração de posse em desfavor de Marcus Holanda, foi certificado por oficial de justiça, o desaparecimento de diversos bens, de televisores a talhares.

Sem mais para o momento era o que se tinha a informar.

Brasília/DF, 06 de março de 2022.

Bruno Aurélio Rodrigues da Silva Pena OAB/GO n.º 33.670
(Advogado do Diretório Nacional do PROS)

A reportagem do Jornal Opção tentou ouvir a versão da defesa de Marcus Holanda, mas até o fechamento desta matéria, não havia obtido resposta após várias ligações.

O julgamento do processo que envolve o presidente do diretório nacional do Pros corre na 8ª Turma da Vara Cível do Distrito Federal, e está marcado para esta semana.