Presidente da sigla em Goiás afirma que não irá tolerar a situação e critica atitude de partidários que agem como se não tivessem compromisso com os partidos em que se filiaram

Presidente do PT goiano, Ceser Donisete cogita desfecho ainda esta semana para o caso de dois prefeitos petistas que teriam declarado apoio à reeleição do governador Marconi Perillo (PSDB). Além do prefeito de Teresina de Goiás, Joaquim Miranda, o prefeito de Silvânia, José da Silva Faleiro, teria tomado partido para o lado do tucano no último sábado (2/8), durante evento de campanha de Marconi na cidade no qual o petista disse que, quando eleito, o governador lhe recebeu “de braços abertos e mostrou que governava para o povo e não para os partidos”. A prefeita petista Selma Bastos, da cidade de Goiás, também teceu elogios ao tucano recentemente, quando a capital foi transferida simbolicamente para o município, mas sem declaração de apoio. Em 6 de maio o Jornal Opção Online já havia publicado a informação de que ao menos dois prefeitos do PT iriam apoiar o tucano.

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Como se sabe, a sigla conta com a candidatura do ex-prefeito de Anápolis Antônio Gomide, que compõe chapa puro sangue com Tayrone di Martino (vice) e Marina Sant’anna (Senado). O anapolino figura em quarto nas pesquisas eleitorais, com porcentuais próximos ao do terceiro colocado, Vanderlan Cardoso (PSB), que tenta eleger-se governador pela segunda vez.

Em entrevista ao Jornal Opção Online na manhã desta segunda-feira (4) Ceser Donisete foi categórico ao ressaltar que o PT não irá tolerar casos de infidelidade partidária, tendo criticado a postura de políticos que, mesmo filiados à determinada legenda, apoiam candidatos de outra –– como ocorre, sobretudo, com peemedebistas e democratas, com destaque para o PMDB, que ao contrário do PT, tem protelado processos de expulsão durante o período eleitoral na tentativa de evitar mais polêmica em torno da sigla.

“Ninguém é obrigado a se filiar a nenhum partido, isso se faz voluntariamente, mas quando se decide pela filiação, deixa-se de ser um eleitor comum”, afirmou Ceser, emendando que a filiação é uma espécie de casamento. “Se não se está satisfeito, se separa”, sentencia. Ceser afirmou que irá procurar José Faleiro e Joaquim Miranda antes de fazer qualquer declaração sobre a expulsão de fato dos petistas. “Nem tudo que sai na mídia é o que está acontecendo”, analisa. A reportagem tentou contato com ambos, pelos telefones celulares, mas até o fechamento desta matéria não obteve retorno. Os dois números de José Faleiro deram desligados e o de Joaquim Miranda chegou a atender, mas quando informado sobre a entrevista a ligação caiu e não mais foi atendida.

Ceser Donisete explica que o estatuto do PT prevê duas formas de análise de pedido de expulsão: uma delas, mais demorada, consiste na abertura de uma comissão de ética que costuma apresentar relatório numa média de 60 dias; a outra, mais rápida, se dá por decisão da executiva do partido. “Neste caso, que é especial, cabe essa segunda forma, que é mais ágil e mais dura”, avalia.

Perguntado sobre os motivos que têm levados prefeitos de partidos oposicionistas a estar com Marconi Perillo, Ceser negou considerar que seja por conta de atuação suspeita, como troca de apoio por convênios, como aventado pela direção do PMDB e do DEM. “Não acredito que seja isso, penso até que o governo firma poucos convênios, tinha era que ajudar mais. Para mim, se se confirmar, será culpa dos prefeitos mesmo”, afirmou o petista, dizendo em seguida que, se for o caso, não vê motivos para querer no PT “político que não aguenta uma ‘cantada’”. “No mínimo tinham que ter ética de sair do partido antes”, concluiu.