Proprietários de clínica de reabilitação são denunciados por sequestro e cárcere privado

03 maio 2021 às 17h30

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Donos de clínica, localizada em Aparecida de Goiânia, chegavam a privar seus internos de necessidades básicas, além de fazerem uso de força física contra eles

O Ministério Público de Goiás (MP-GO), registrou uma denúncia contra Dhouglas Gomes de Moraes, Leilislany Esteves de Sousa, Fernando Wesley Silva e Thiary Thais Silva Andrade, pelos crimes de cárcere privado e sequestro. Os quatro são proprietários de uma clínica de reabilitação que realizava internações forçadas em Aparecida de Goiânia. Os pacientes estariam sendo maltratados, medicados contra suas vontades e proibidos de deixarem o local.
Simone Disconsi de Sá Campos, promotora de Justiça, relata que em alguns casos, a equipe da clínica atuava de modo a fazer o uso de violência, obrigando as vítimas a tomarem medicamentos que as deixavam dopadas, fazendo com que pudessem ser facilmente encaminhadas ao local de sua internação. Simone alerta ainda para o fato de que os internos chegaram a ser privados de cuidados indispensáveis, além de terem sido submetidos a trabalhos inadequados. Algumas das vítimas chegaram a relatar que sofriam até mesmo agressões sob a forma de enforcamentos pelos monitores da clínica.
Marcos Dhouglas Gomes de Moraes era o responsável legal pela clínica e quem recebia os valores que eram pagos pelos familiares das vítimas. Já sua companheira, Leilislany Esteves de Sousa, era a enfermeira responsável por ministrar as medicações aos pacientes, enquanto Thiary Thais Silva Andrade era a psicóloga da clínica. Fernando Wesley Silva era o coordenador, segurança e administrador do estabelecimento em questão.
A clínica terapêutica denominada Filhos do Reino, funciona desde o ano de 2019 e já teria sido denunciada antes ao Conselho de Psicologia e a outros órgãos públicos, pela prática de maus-tratos contra seus internos e também por funcionar de maneira clandestina, sem a autorização dos órgãos competentes. No dia 20 de abril deste ano, foi realizada uma averiguação preliminar que constatou que o local não possuía uma estrutura adequada e que seus internos necessitavam de atendimento médico primário. Os quatro proprietários da clínica foram presos em flagrante e vão responder pelos crimes de associação criminosa e cárcere privado.