Bancada feminina na Câmara dos Deputados vai representar contra o MP Eleitoral

Com indicativo de que as mulheres são vítimas de violência política, o promotor eleitoral Milton Marcolino dos Santos Junior arquivou o inquérito policial que apurava o delito na Câmara Municipal de Aparecida de Goiânia. Ele ainda atacou o posicionamento da vereadora Camila Rosa (PSD) que fez a denúncia, sugerindo que ela “se vitimizou”. A bancada feminina na Câmara dos Deputados vai representar contra o promotor.
O presidente da Câmara Municipal, André Fortaleza (MDB), desligou o microfone da única vereadora da cidade, após ela defender mais espaço para mulheres e minorias na política, criticando a posição de Fortaleza, que é contra cotas.
Isso aconteceu no dia 2 de fevereiro deste ano. Na ocasião, Camila chegou a chorar durante a sessão ordinária. A Procuradoria Geral Eleitoral denunciou o caso ao Ministério Público Eleitoral com base na Lei de Violência Política Contra As Mulheres.
No entanto, em parecer desta quinta-feira, 28, o promotor eleitoral Milton Marcolino não só promoveu o arquivamento do inquérito por atipicidade, como aproveitou para tecer críticas à vereadora.
De acordo com o promotor, Camila “se excedeu na discussão ao enveredar para acusações pessoais e vazias contra o presidente da Casa”. Ele defendeu o parlamentar por desligar o microfone, pois teria faltado decoro e urbanidade na fala da vereadora.
Milton ainda reclamou em seu parecer que a vereadora usou o direito de fala para destacar outras pautas completamente alheias ao debate, na visão dele, “colocando homens contra mulheres, brancos contra pretos, ricos contra pobres, héteros contra homossexuais”.
Para o promotor, as falas sobre minorias são uma “polarização sem sentido”, em que o “orador não tem argumento, a não ser vitimização e divisão da sociedade em grupos antagônicos”.
Com informações do Metrópoles
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