O mercado financeiro, muitas vezes avesso a políticas que priorizem a redução das desigualdades sociais, tem intensificado sua pressão sobre o governo para corte de gastos. No entanto, fica a pergunta: esse interesse é especificamente em programas sociais?

Essa postura, além de insensível às necessidades da população, desconsidera os avanços econômicos e sociais alcançados pelo país nos últimos meses. Um dos principais argumentos utilizados pelo mercado é a necessidade de ajustes fiscais severos.

No entanto, os números desmentem a narrativa alarmista. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal indicador da inflação no Brasil, está próximo da meta do Banco Central (BC) e abaixo de 5%.

Além disso, o desemprego atingiu o menor nível dos últimos tempos, com milhões de brasileiros retornando ao mercado de trabalho. No campo social, dados mostram mais pessoas saindo da fome e da extrema pobreza, resultado direto de políticas públicas voltadas para a inclusão e proteção social.

Apesar desse cenário positivo, o mercado projeta juros futuros com base em uma taxa Selic de 15%, uma previsão que beira o absurdo diante das condições macroeconômicas atuais.

Essa projeção, claramente exagerada, reflete mais um esforço de manipulação para pressionar o governo a seguir uma agenda que atende prioritariamente aos interesses do setor financeiro e das grandes fortunas, ignorando as necessidades da maioria da população.

O governo tem enfrentado essas resistências com propostas ousadas e necessárias. Entre elas, destaca-se a tentativa de isentar o Imposto de Renda para quem ganha menos de R$ 5 mil e taxar os mais ricos como forma de rebalancear a arrecadação, incluindo super salários, grandes fortunas e ganhos expressivos no mercado financeiro.

Essas medidas são cruciais para combater as desigualdades estruturais que historicamente marcaram o Brasil. No entanto, enfrentam forte oposição do mercado financeiro e das elites econômicas, que resistem a qualquer tentativa de redistribuição de renda ou justiça tributária.

A pressão para reduzir investimentos sociais ignora o papel central que essas políticas desempenham no fortalecimento da economia como um todo. Programas sociais não são despesas desnecessárias, mas sim investimentos que estimulam o consumo, reduzem a criminalidade, melhoram a educação e promovem a dignidade humana.

O mercado financeiro precisa reconhecer que uma economia saudável não é medida apenas pelo saldo das contas públicas, mas também pela qualidade de vida da população. A busca por lucros a qualquer custo não pode ser feita às custas do sofrimento de milhões de brasileiros que dependem de políticas públicas para sobreviver.

O Brasil não pode permitir que o mercado financeiro dite políticas que ampliem a desigualdade e negligenciem o bem-estar coletivo. O desenvolvimento econômico só será pleno quando aliado à inclusão social e à redução das desigualdades, e não quando sacrifica os mais pobres para satisfazer os interesses de uma elite financeira.

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