Números mostram tucano em um nada animador quarto lugar e com rejeição de mais de 50%. Deputados goianos afirmam que índices ainda são muito preliminares

Tucano Geraldo Alckmin aparece em quarto lugar na corrida presidencial, de acordo com a pesquisa CNT/MDA, com apenas 5,3% do eleitorado | Foto: Govesp

Marília Noleto

Os mais recentes números levantados pela pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT/MDA) para a corrida presidencial de 2018, apresentados na segunda-feira (14), não foram nada animadores para Geraldo Alckmin, nome escolhido pelo PSDB para a disputa ao Palácio do Planalto. Mesmo tendo governado o Estado de São Paulo por quatro vezes e concorrido à presidência da República em 2006, tais credenciais não estão alavancando os índices do tucano nas intenções de voto até o momento.

Segundo os números CNT/MDA, nos cenários que não levam em consideração a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na disputa, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ) aparece em primeiro lugar na preferência do eleitorado com 18,3%, seguido pela ex-senadora Marina Silva (Rede), com 11,2% dos votos, e pelo ex-ministro Ciro Gomes (PDT), com 9,0% do eleitorado. Alckmin (PSDB) amarga um modesto quarto lugar, com apenas 5,3%. No entanto, é o índice de rejeição que mais chama a atenção. Segundo a pesquisa, 55,9% dos eleitores afirmaram que não votariam nele de jeito nenhum.

Consultado pelo jornal Opção sobre o cenário apontado pela pesquisa, o deputado federal Fábio Sousa (PSDB) não esboça preocupação com os números mencionados. Questionado se Alckmin ainda seria um candidato viável nestas circunstâncias, ele reforça que é certa a ida do paulista às urnas e foi além. “Não somente é um nome viável, como Alckmin é altamente preparado e já provou isso”, enfatiza.

Para o goiano, é necessário ver os números destas pesquisas com “cautela” e que tal precaução seria em função, principalmente, de estarmos às vésperas de um dos eventos que mais mexe com as emoções do brasileiro: a Copa do Mundo. “É historicamente comprovado que o brasileiro só se preocupa com eleições após a Copa. Além disso, até lá, muita coisa pode acontecer. O cenário ainda pode sofrer mudanças importantes. Por isso é preciso ver tais números com cautela e humildade”, pondera.

Sobre o alto índice de rejeição de Alckmin, Fábio Souza afirma que esse número não deve ser atribuído à pessoa, mas ao desgaste sofrido pela classe política em geral. “Os políticos, como um todo, estão sendo bastante rejeitados pela sociedade. Eu tenho uma opinião muito independente e acredito que quem souber interpretar os anseios da sociedade brasileira irá sagrar-se vitorioso nestas eleições”, avalia.

O deputado goiano faz um paralelo com as últimas eleições na França, na qual, na sua avaliação, Emmanuel Macron foi exitoso com essa mesma estratégia. “Existe uma guinada à direita no País atualmente. Precisamos de sabedoria para extrair o que há de melhor em nosso projeto.”

Boas credenciais

Ao fazer sua avaliação da pesquisa, o deputado federal Daniel Vilela (MDB), que é presidente estadual da sigla, concorda com Fábio Souza ao afirmar que ainda é muito precipitado avaliar pesquisas quantitativas. O emedebista destaca que a população em geral ainda está bastante alheia à movimentação das campanhas e que só aqueles militantes mais engajados com seus pré-candidatos é que apontam nomes de forma mais contundente – citou inclusive o eleitorado de Jair Bolsonaro e Marina Silva, coincidentemente os pré-candidatos que lideram a pesquisa.

Sobre uma eventual candidatura do ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (MDB), nome mais cotado pelos partidos de centro-direita como alternativa à candidatura de Alckmin, Daniel é comedido, mas destaca os pontos positivos do emedebista. “Penso que ainda é cedo para pensar na questão, principalmente levando em conta projeções ainda preliminares, mas Meirelles teria todas as credenciais de um bom candidato.”

De acordo com o deputado do MDB, “além de toda experiência na área pública, o ex-ministro apresenta um discurso sólido e já comprovou sua competência, quando esteve recentemente a frente de políticas que conduziram o Brasil de volta ao caminho da recuperação econômica”. Perguntado se o vínculo de Meirelles com o mal avaliado governo Temer poderia prejudicá-lo numa eventual candidatura, Vilela foi direto: “Não creio que isso aconteceria”.