Gestão Iris homologou processo licitatório mesmo com alertas de comissão que encontrou possíveis irregularidades no contrato

Secretário Felisberto Tavares presta esclarecimento na CEI da SMT | Foto: Marcelo Vale

A Secretaria Municipal de Trânsito, Transporte e Mobilidade (SMT) anunciou que em cerca de 15 dias a empresa gaúcha Eliseu Kopp e Cia Ltda, que ganhou a licitação para operar os fotossensores de Goiânia, começará a instalar os equipamentos nas vias da capital. O processo licitatório, que teve início em 2016, foi homologado nesta quarta-feira (10/5) pela gestão Iris Rezende (PMDB).

A decisão de dar cabo ao processo veio mesmo após a Comissão Especial de Inquérito da SMT recomendar à prefeitura que aguarde a investigação sobre a licitação para só depois assinar o contrato com a Eliseu Kopp. Inclusive, a comissão vai tentar ouvir o dono da empresa na próxima semana.

“A empresa está envolvida em irregularidades em vários estados. O dono já foi até preso em operação da Polícia Federal”, conta o vereador Elias Vaz (PSB).

O titular da SMT, Felisberto Tavares (PR), esteve na Câmara Municipal para prestar esclarecimentos à CEI e disse que ficou acordado que o proprietário da empresa irá sim explicar aos vereadores cada item do contrato.

“A atual administração teve que se debruçar sobre o processo, analisar todos os questionamentos que havia e, agora com toda segurança jurídica, homologou a licitação”, contou o secretário.

Durante a reunião, Elias Vaz apresentou indícios de irregularidades no processo licitatório vencido pela Eliseu Kopp &Cia Ltda para operação de fotossensores em Goiânia. Dois pontos da planilha de custos apresentada pela empresa chamam a atenção. O índice de tributos apresentado pela antecessora, Trana Tecnologia, era de 13% para quatro anos. Já a Eliseu Kopp aponta índice de 32% em cinco anos.

A previsão de gastos com energia elétrica também apresenta disparidade. Enquanto a Trana estipulou de custo em R$7,5 mil por quatro anos, a Eliseu Kopp prevê gastar R$3 milhões em cinco anos. “É uma diferença absurda. Isso são só alguns pontos já identificados. Estamos aguardando que a prefeitura envie cópia integral do processo licitatório. Certamente vamos identificar mais problemas”, alertou.

Os vereadores já decidiram que vão buscar a intervenção do Ministério Público para barrar a assinatura com a empresa gaúcha até que consigam investigar todo o processo licitatório. “A necessidade de radares na capital não pode servir de desculpa para maquiar atos de corrupção. E nós vamos até o fim para evitar isso”, diz o relator da CEI, delegado Eduardo Prado (PV).