Instituição veio à público na última terça-feira, 15, para rebater as declarações do ex-ministro da Justiça que disse a corporação não prende e não investiga ninguém por corrupção
Ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro em um evento da Polícia Federal | Foto: Ministério da Justiça
A Polícia Federal (PF) divulgou nota à imprensa onde rebate as críticas que o ex-ministro da Justiça e pré-candidato à presidência Sérgio Moro (Podemos) fez contra a corporação na última segunda-feira, 13. Em uma entrevista para a Jovem Pan News, o presidenciável disse que a instituição “não estaria empenhada no combate à corrupção” e que “ninguém no Brasil é investigado e preso por corrupção”.
A PF, que foi um dos estopins para que o ex-ministro deixasse o cargo no Ministério da Justiça, trata a crítica do político como um “ataque descabido” à Polícia Federal. “Moro mente quando diz que a instituição não está empenhada no combate à corrupção. A Polícia Federal efetuou mais de mil prisões, apenas por crimes de corrupção, nos últimos três anos”, diz a Polícia Federal em nota. A corporação ainda acrescenta que, neste período, a PF realizou 1.728 operações contra esse tipo de crime, somente em 2020 foram deflagradas 654 ações. “Vale ressaltar que a Polícia Federal vai muito além da repressão aos crimes de corrupção. Em 2021, bateu recorde de operações. No total, foram quase dez mil ações, aumento de 34% em relação ao ano anterior”, acrescenta.
A Polícia Federal foi justamente um dos estopins da saída de Moro do Ministério da Justiça. O político teria barrado uma indicação do presidente Jair Bolsonaro (PL) para uma superintendência no Rio de Janeiro. O tema foi tocado pelo presidenciável na entrevista. Ele disse que a falta de prisões seria “resultado de quantos superintendentes eles afastaram e que estavam fazendo o trabalho deles” após o período que sucedeu a saída de Moro.
Segundo a nota da PF, essa questão é uma ilação, porque o ex-ministro não aponta qual fato ou crime tenha conhecimento e que a PF estaria se omitindo a investigar e não aponta qual inquérito policial em andamento tenha sido alvo de ingerência política ou da administração. “O ex-juiz confunde, de forma deliberada, as funções da PF. O papel da corporação não é produzir espetáculos. O dever da Polícia é conduzir investigações, desconectadas de interesses político-partidários e Moro desconhece a Polícia Federal e negou conhecê-la quando teve a chance”, sublinha. Por fim, a PF disse que o intuito de responder as críticas de Moro, é de preservar a imagem de umas das mais respeitadas e confiáveis instituições brasileiras. Por isso, repudia a afirmação feita pelo pré-candidato Moro de que a corporação não tem autonomia.
Veja a nota na íntegra:
Em entrevista na segunda-feira (14/02) à Jovem Pan, o ex-ministro Sergio Moro fez descabidos ataques à Polícia Federal. A bem da verdade, consideramos importante esclarecer:
Moro mente quando diz que “hoje não tem ninguém no Brasil sendo investigado e preso por grande corrupção”. A Polícia Federal efetuou mais de mil prisões, apenas por crimes de corrupção, nos últimos três anos.
Neste mesmo período, a PF realizou 1.728 operações contra esse tipo de crime. Somente em 2020, foram deflagradas 654 ações – maior índice dos últimos quatro anos.
Moro também faz ilações ao afirmar que “esse é o resultado de quantos superintendentes eles afastaram e que estavam fazendo o trabalho deles”.
O ex-ministro não aponta qual fato ou crime tenha conhecimento e que a PF estaria se omitindo a investigar. Tampouco qual inquérito policial em andamento tenha sido alvo de ingerência política ou da administração.
Vale ressaltar que a Polícia Federal vai muito além da repressão aos crimes de corrupção. Em 2021, bateu recorde de operações. No total, foram quase dez mil ações, aumento de 34% em relação ao ano anterior.
O ex-juiz confunde, de forma deliberada, as funções da PF. O papel da corporação não é produzir espetáculos. O dever da Polícia é conduzir investigações, desconectadas de interesses político-partidários.
Moro desconhece a Polícia Federal e negou conhecê-la quando teve a chance. Enquanto Ministro da Justiça não participou dos principais debates que envolviam assuntos de interesse da PF e de seus servidores.
Com o intuito de preservar a imagem de umas das mais respeitadas e confiáveis instituições brasileiras, a Polícia Federal repudia a afirmação feita pelo pré-candidato Moro de que a corporação não tem autonomia.
Por fim, a PF – instituição de Estado – mantém-se firme no combate ao crime organizado, à corrupção e não deve ser usada como trampolim para projetos eleitorais.
Nota na íntegra
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