Nilson Jaime

O que o economista Eduardo Giannetti não diz, no vídeo anexo, é que se utilizou de um argumento indutivo, e que o crescimento do PIB se sustenta em um paradoxo.

Pela “ferramenta” filosófica, ou lógica, da inferência indutiva, premissas verdadeiras podem levar a uma conclusão falsa, mesmo não existindo contradição envolvida.

As premissas são verdadeiras: 1) “inação” não gera PIB; 2) “ação”, mesmo deletéria, gera PIB. As duas premissas são verdadeiras, portanto.

Daí, somos tendentes a pensar que não deveríamos promover “ação” (perturbação ambiental) alguma, mesmo com consequência de não crescimento do PIB, a fim de mantermos a qualidade de vida.

A falha do raciocínio indutivo utilizado por Giannetti (obviamente proposital) é que o crescimento do PIB (com uma aparente perda de qualidade, conforme citado por ele) gera inúmeros outros ganhos que impactam a qualidade de vida das pessoas, como melhoria de infraestrutura, de saneamento, investimentos em saúde, em educação, em espaços de lazer, em tecnologia etc.

Portanto, mesmo com alguma perda pontual, o crescimento do PIB é desejável por todos os países, pois proporcionam inúmeros outros ganhos para uma nação.

O raciocínio indutivo (usado por bons advogados nos Tribunais de Júri) é um perigo.

Nilson Jaime é doutor em Agronomia pela Universidade Federal de Goiás.