PhD em Harvard, neurologista revela maneira de dormir que aumenta chances de Alzheimer

07 julho 2025 às 19h08

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Vivemos em uma era dominada por luzes artificiais, excesso de informações e noites mal dormidas. E, segundo Pedro Schestatsky, neurologista com pós-doutorado em Harvard, esse novo estilo de vida está afetando diretamente a saúde cerebral.
“Reduzir o tempo de sono ao longo dos anos prejudica a capacidade do cérebro de eliminar toxinas, criando um ambiente propício para o desenvolvimento de doenças neurodegenerativas como o Alzheimer”, explica o especialista.
Durante o sono profundo, o cérebro ativa o sistema glinfático, responsável por remover resíduos metabólicos e proteínas tóxicas como a beta-amilóide, associada ao Alzheimer.
“Dormir menos compromete esse sistema de limpeza natural, o que leva ao acúmulo de toxinas e à aceleração do envelhecimento cerebral”, afirma Pedro. Ele alerta que o sono não é um luxo, mas uma necessidade biológica essencial para preservar a saúde neurológica.
Apneia do sono pode acelerar o Alzheimer
Entre os distúrbios do sono mais perigosos, a apneia obstrutiva se destaca por sua relação direta com danos neurológicos. “Pacientes com apneia sofrem pausas na respiração durante a noite, o que provoca hipóxia cerebral e inflamação crônica”, explica o neurologista.
Ele recomenda que todo paciente com Alzheimer em estágio inicial seja avaliado para apneia do sono, já que o distúrbio, quando não tratado, pode acelerar o avanço da doença. Além da privação do sono, Pedro destaca outros fatores que agravam o risco de Alzheimer: má saúde metabólica, genética desfavorável e estímulos digitais constantes.
De acordo com ele, apenas 4% da população é metabolicamente saudável atualmente — ou seja, a maioria já convive com desequilíbrios que afetam coração, glicose e colesterol. Esse cenário, combinado à falta de descanso adequado, aumenta o risco de depressão, TDAH e declínio cognitivo precoce.
Respiração consciente ajuda
O neurologista recomenda práticas como respiração consciente e meditação, que ajudam a reduzir o estresse e promovem melhor qualidade do sono. “É como uma musculação mental”, compara.
Técnicas simples, como o método 4-7-8, podem ajudar a desacelerar os pensamentos e preparar o corpo para um descanso restaurador. Para cuidar do cérebro e evitar doenças neurodegenerativas, Pedro Schestatsky sugere:
- Estabelecer horários fixos para dormir e acordar
- Evitar o uso de telas e redes sociais à noite
- Praticar respiração consciente ou meditação antes de dormir
- Avaliar sintomas de apneia, como ronco, pausas respiratórias e sonolência diurna
- Adotar hábitos saudáveis para melhorar a saúde metabólica
Essas medidas não apenas melhoram o sono, mas também favorecem a limpeza cerebral e reduzem o risco de Alzheimer, envelhecimento precoce e mortalidade por causas neurológicas.
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