A Polícia Federal (PF) indiciou o padre José Eduardo de Oliveira e Silva, da Diocese de Osasco, na Grande São Paulo, como parte de uma investigação sobre uma possível tentativa de golpe de Estado para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva, em janeiro de 2023. O religioso foi incluído nesta quinta-feira, 21, na lista de 37 pessoas indiciadas, no contexto de um inquérito que apura o envolvimento de diversos indivíduos em um movimento golpista.

Segundo as investigações, o padre teria participado de uma reunião no Palácio do Planalto no dia 19 de novembro de 2022, evento que reuniu outras figuras ligadas ao movimento golpista. Além do padre José Eduardo, estavam presentes o ex-assessor para Assuntos Internacionais Filipe Martins e o advogado Amauri Feres Saad. Durante o encontro, a PF apura que os envolvidos discutiram estratégias para frustrar a posse de Lula, como parte de um plano que visava a desestabilização do processo eleitoral.

Em fevereiro de 2024, a Polícia Federal cumpriu um mandado de busca e apreensão contra o padre, que passou a ser considerado suspeito de integrar um suposto “núcleo jurídico” que teria dado respaldo ao movimento golpista. José Eduardo de Oliveira e Silva foi identificado, ainda segundo a PF, como um dos possíveis responsáveis por oferecer apoio legal e estratégias jurídicas à tentativa de subverter a ordem democrática.

Padre José Eduardo de Oliveira e Silva | Foto: Reprodução

O padre, em sua defesa, nega qualquer envolvimento com o plano golpista e afirmou que não participou de discussões sobre o golpe com o ex-presidente Jair Bolsonaro, como sugerido nas investigações. Em comunicado, o religioso se manifestou dizendo que sempre atuou dentro dos princípios da Igreja Católica e que suas ações jamais se alinharam a práticas antidemocráticas.

Além de José Eduardo, Filipe Martins, ex-assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, e o advogado Amauri Feres Saad também foram indiciados pela PF na mesma quinta-feira. Ambos já haviam sido alvo de investigações no decorrer do processo e foram identificados como participantes chave nas articulações para questionar os resultados das eleições de 2022.

A inclusão do padre no rol dos indiciados marca um novo desenvolvimento no inquérito, que segue sendo acompanhado por diversas esferas da Justiça, enquanto os envolvidos têm o direito de se defender nas instâncias competentes. O caso segue sendo analisado pela Polícia Federal, que continua investigando a extensão do movimento golpista e os possíveis vínculos entre os indiciados.

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