A Polícia Federal (PF) prendeu no domingo, 22, o cacique José Acácio Sererê Xavante na aduana de Puerto Iguaçu, região de fronteira entre Brasil e Argentina. Sererê, que já havia sido preso em 2022 por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), fugiu para a Argentina após conseguir um habeas corpus para responder em liberdade. Segundo o Portal GP1, o cacique foi reconhecido como um dos 63 foragidos brasileiros no país vizinho, e será submetido a uma audiência de custódia nesta segunda-feira, 23.

Sererê Xavante é um nome conhecido no cenário político recente do Brasil, não apenas por seu papel como cacique e pastor evangélico, mas também por sua ativa participação em manifestações contra o resultado das eleições presidenciais de 2022. Durante os protestos ocorridos em Brasília no dia 12 de dezembro daquele ano, data marcada pela diplomação de Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin, ele foi detido sob a acusação de incitar atos antidemocráticos, ameaçar o STF em transmissões ao vivo e liderar manifestações contra as instituições democráticas.

Prisão e fuga

Preso em dezembro de 2022 por ordem de Alexandre de Moraes, Sererê Xavante foi solto em setembro de 2023 após conseguir um habeas corpus. Contudo, sua liberdade vinha acompanhada de condições específicas, incluindo o uso obrigatório de uma tornozeleira eletrônica, medida que visava monitorar seus passos e impedir eventuais ações contra as instituições brasileiras.

Contrariando as determinações judiciais, o cacique decidiu fugir para a Argentina em julho de 2024, evitando responder às investigações em território nacional. Desde então, ele figurava na lista dos principais foragidos brasileiros no exterior.

De acordo com Portal GP1, a captura de Sererê ocorreu em meio a uma fiscalização de rotina na região fronteiriça de Puerto Iguaçu, local estratégico que conecta o Brasil, a Argentina e o Paraguai. As autoridades argentinas, em colaboração com a Polícia Federal brasileira, realizaram a prisão com base em um mandado emitido pelo STF.

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