Em um caso, o advogado falsificou um documento em nome de uma cliente sua falecida em 2016

Dois agentes da PC acompanham o representante da Comissão de Direitos e Prerrogativas da OAB de Goiás, Lucas Rangel (ao centro), membro enviado pelo Órgão para acompanhar a ocorrência | Foto: Divulgação/PC

A 23ª Delegacia Distrital de Polícia (DDP) de Goiânia deflagrou, na manhã desta quarta-feira (5/9), a Operação Ulpianus, com o objetivo de cumprir mandado de busca e apreensão em um escritório de advocacia no Setor Sul. De acordo com as investigações, o proprietário, que não teve o nome divulgado, é suspeito de falsificar procurações de clientes.

Durante o cumprimento da determinação judicial, os policiais civis encontraram também dois carimbos falsos com os nomes de um juiz de direito e um escrivão de polícia da capital.

De acordo com informações da delegada titular da 23ª DDP, Érica Bortrel, o advogado falsificava procurações para poder sacar quantias em depósito judicial, relativas a ações consignatórias já arquivadas.

O suspeito ainda captava clientes que haviam financiado veículos e eram partes em ações revisionais, e os orientava a depositar quantias em carta judicial. Se esses clientes desistissem da ação no curso do processo, tinham dificuldades de dar continuidade a ela ou falecessem, o advogado produzia uma procuração de maneira fraudulenta e solicitava ao juízo o desarquivamento do processo e a expedição de alvará para saque das quantias.

Em um caso, o advogado falsificou uma procuração em nome de uma cliente sua falecida em 2016. Em outro, sacou a quantia sem prévia autorização da vítima, que foi surpreendida ao receber mandado de busca e apreensão de seu veículo.

Se indiciado, o advogado será enquadrado por falsificação de documento particular, cuja pena é de dois a cinco anos de prisão.

Na foto, dois agentes da Polícia Civil acompanham o representante da Comissão de Direitos e Prerrogativas da OAB de Goiás, Lucas Rangel (ao centro da foto), membro enviado pelo Órgão para acompanhar a ocorrência.