Essa descoberta pode ajudar no tratamento e diagnóstico da doença

Recentemente a revista Cancer Cell publicou uma pesquisa que mostra que fungos podem estar por trás do rápido crescimento do câncer no pâncreas. De acordo com pesquisadores do Roswell Park Comprehensive Cancer Center, nos Estados Unidos, a descoberta pode ajudar no desenvolvimento de novos tratamentos para esta doença altamente agressiva e resistente às terapias.

“Este é um dos primeiros estudos a mostrar a presença de um fungo dentro de um tumor” afirmou em comunicado o autor sênior do estudo Prasenjit Dey, do Departamento de Imunologia do Roswell Park. Os dois tipos de fungos identificados neste estudo foram o Malassezia e Alternaria.

No câncer ductal de pâncreas, ocorre a mutação do gene Kras O estudo da Roswell Park Comprehensive Cancer Center mostra que uma mutação específica desse gene, chamada KrasG12D, desencadeia a produção e liberação da proteína interleucina-33 (IL-33), que por sua vez estimula o crescimento do tumor. Surpreendentemente, eles também descobriram que a proliferação de dois fungos, o Malassezia e Alternaria, está associada à essa liberação da IL-33 e, portanto, ao crescimento do tumor.

“Embora a ligação definitiva entre os componentes fúngicos e a secreção de IL-33 ainda não tenha sido definida, nosso estudo sugere que o tratamento antifúngico, combinado com quimioterapia ou imunoterapia para reduzir ou eliminar a IL-33 em tumores”, afirmou Dey. A equipe já realizou testes laboratoriais que mostraram que o tratamento antifúngico diminuiu significativamente a progressão desse tipo de câncer.

O próximo passo é avaliar o tratamento antifúngico com um imunoterápico em pacientes com a doença.