“Tenho muita tristeza em ver que o PMDB parece continuar sob o comando de uma pessoa que enxerga apenas seus interesses pessoais”, disse o advogado em referência ao ex-governador Iris Rezende

Foto: Fernando Leite/Jornal Opção
Foto: Fernando Leite/Jornal Opção

O governador Marconi Perillo (PMDB) anunciou na última quinta-feira (1º/1) o nome do peemedebista Frederico Jayme como o seu mais novo chefe de gabinete. A indicação fomenta as especulações quanto à expulsão do advogado de seu próprio partido. Coordenador de campanha do governador tucano nas últimas eleições, Frederico sempre fez questão de demonstrar sua insatisfação com a “estagnação política” do PMDB, encarnada, segundo o político, pela figura do ex-governador Iris Rezende, derrotado no pleito de 2014.

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“Agora, estou ocupando uma função administrativa no governo do PSDB, e eu vou fazer um estudo a respeito da minha permanência ou não no PMDB”, contou Frederico Jayme ao Jornal Opção Online, nesta sexta-feira (2/1), durante a posse dos auxiliares do quarto mandato de Marconi.

Durante a entrevista, o peemedebista voltou a citar o ex-governador Iris Rezende como agravante na decisão de rever sua filiação partidária. “Estou fazendo uma avaliação e tenho muita tristeza em ver que o PMDB parece continuar sob o comando de uma pessoa que enxerga apenas seus interesses pessoais. No caso, se o PMDB continuar sob o comando desse cidadão, eu prefiro me afastar.”

Enquanto isso, o PMDB segue dividido, dessa vez, entre os que esperam a expulsão de Frederico e de outros dissidentes — como o empresário Junior Friboi e o advogado Robledo Rezende — e aqueles que tentam colocar panos quentes na situação. “Até hoje eles não tiveram coragem de me expulsar, pois eles sabem que minha conduta é de ética e de honra”, avalia.

Questionado quanto à possível filiação em alguma outra legenda, caso realmente deixe o PMDB, Frederico Jayme afirma que não há nenhuma sigla em mente. “Não necessariamente o PSDB”, pontuou.

Conforme adiantou a coluna Bastidores, do Jornal Opção, Frederico Jayme já vinha sendo cotado para assumir um cargo de confiança do governador, mas relutava. “Não era esperado e eu não pleiteava nada. Ele me convidou, até com muita insistência, e embora não fosse um projeto meu ocupar função pública, não poderia jamais deixar de emprestar também a nossa colaboração”, explicou à reportagem.