Segundo levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), há um ano, o cenário era considerado grave por 80% da população

Para o diretor científico da Sociedade de Infectologia do Distrito Federal, José David Urbaéz, apesar do aumento na percepção de gravidade da situação, grande parte da população continua se expondo ao vírus para trabalhar e se sustentar.

“Esses trabalhos ocorrem, em grande parte, em locais fechados, com má ventilação. Os trabalhadores são obrigados a tomarem sempre o risco para si, [como no caso] do transporte público. Todas essas circunstâncias desfavoráveis fazem com que a possibilidade de que a consciência da gravidade pudesse melhorar os cuidados não aconteça, porque está fora da governabilidade das pessoas”, aponta José David Urbaéz.

O senador Antonio Anastasia (PSD-MG) afirma que a vacinação em massa contra a Covid-19 é imprescindível, não apenas para garantir a saúde dos brasileiros, mas para permitir a volta segura das atividades econômicas e sociais.

“A primeira preocupação será sempre a saúde, mas a sua consequência positiva é permitir que a economia volte a funcionar plenamente, permita a geração de empregos, distribuição de riqueza e que as pessoas possam se socializar positivamente”, avalia o senador.

Segundo o Ministério da Saúde, até 23 de junho, 24,7 milhões de pessoas tomaram a segunda dose, cerca de 11,7% dos brasileiros.

Para o diretor científico da Sociedade de Infectologia do Distrito Federal, José David Urbaéz, a campanha de vacinação contra a Covid-19 é fundamental para ampliar a cobertura da imunização no País.

“Por mais que vacinemos, nesse momento, dois ou três milhões de pessoas, ainda estaríamos longe de termos um percentual de vacinados de 50% da população com duas doses, o que permitiria um certo alívio no sentido de controle da pandemia”. Com a baixa vacinação, Urbaéz reforça a necessidade de aliar a vacinação às medidas de isolamento social.

Percepção da situação da pandemia

A pesquisa da CNI foi realizada entre 16 e 20 de abril, com 2.010 pessoas. Para 93% das mulheres entrevistadas, a situação é grave ou gravíssima. Já entre os homens, esse percentual é de 85%. Por faixa etária, 86% da população entre 25 e 40 anos consideram a pandemia como grave. Já entre aqueles com mais de 60 anos, essa percepção sobe para 92%. (Com informações do Brasil 61)