Netanyahu diz ‘não estar disposto a cessar-fogo’ em conflito com Hamas

30 outubro 2023 às 19h34

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O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, reiterou nesta segunda-feira, 30, em uma declaração à imprensa internacional, que Israel não tem a intenção de negociar um cessar-fogo com o Hamas.
“Assim como os EUA não concordariam com um cessar-fogo após o Pearl Harbor ou o 11 de Setembro, Israel não está disposto a um cessar-fogo”, afirmou. Ele se referiu ao ataque do Japão contra uma base naval dos EUA em 1941 na Segunda Guerra Mundial e o atentado da Al-Qaeda de 2001 no World Trade Center.
Netanyahu afirmou que um cessar-fogo seria uma rendição à barbárie e ao terrorismo, e declarou: “Este é o momento de lutar pelo nosso futuro comum”. Ele também alegou que as Forças Armadas de Israel estão se esforçando para evitar atingir civis, apesar dos relatos de desastres humanitários na região. O primeiro-ministro e oficiais israelenses acusam o Hamas de utilizar palestinos como “escudos humanos”.
“Estão usando civis como escudos. Enquanto eles fizerem isso e a comunidade internacional continuar culpando Israel, eles vão continuar fazendo isso, vão continuar usando porões de hospitais em Gaza para espalhar sua rede de terror”, acusou Netanyahu.
Na madrugada desta segunda, as forças militares afirmaram ter atacado cerca de 600 alvos do Hamas na Faixa de Gaza, incluindo locais de armazenamento de armas, esconderijos e áreas de preparação, enquanto a incursão continua a expandir as operações terrestres.
Palestinos no norte de Gaza relataram ataques aéreos e de artilharia. Mísseis israelenses atingiram áreas próximas dos hospitais Al-Shifa e Al-Quds. Até o momento, não foi comunicado o número total de vítimas dos recentes confrontos na Faixa de Gaza. Desde o início da guerra, em 7 de outubro, mais de 8 mil pessoas morreram, de acordo com informações do Ministério da Saúde palestino. Do lado de Israel, cerca de 1,4 mil pessoas foram mortas.
Em um comunicado à emissora Al Aqsa no último sábado, 28, o Hamas expressou disposição para libertar os reféns sequestrados em 7 de outubro em troca da libertação de todos os prisioneiros palestinos em presídios israelenses.
“O preço a pagar pelo grande número de reféns inimigos nas nossas mãos é esvaziar as prisões [israelenses] de todos os prisioneiros palestinos”, informou Abu Odeida, porta-voz das Brigadas Ezedin al Qassam.
Mais de 230 reféns estão estimados nas mãos do Hamas. Netanyahu, em uma entrevista coletiva no sábado, afirmou que “todas as opções” para libertar os reféns serão examinadas, conforme relatado pela agência de notícias AFP.
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