“Não consigo matar esse câncer chamado ONG”, diz Bolsonaro
04 setembro 2020 às 06h54
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Presidente reclamou que recebe “pancada o tempo todo” sobre a questão ambiental e disse que “canalhas” fazem campanha como se ele estivesse “colocando fogo na Amazônia”
O presidente Jair Bolsonaro chamou de “câncer” as Organizações não Governamentais (ONGs) que atuam na área de meio ambiente. “Você sabe que as ONGs, em grande parte, não têm vez comigo. Boto para quebrar em cima desse pessoal lá, não consigo matar esse câncer, em grande parte, chamado ONG”, disse o presidente durante a live semanal desta quinta-feira, 3
“O pessoal acha que está pegando fogo não sei onde e é só chegar lá e apagar, com um abafador, dar uma cuspida em cima da fogueira”, disse Bolsonaro, ironizando os questionamentos sobre os aumentos recordes das queimadas na região da Amazônia e do Pantanal desde o ano passado.
Além disso, o presidente minimizou o monitoramento feito por satélite dos focos de incêndio e afirmou que até “fogueira de São João” entra na contagem.
Bolsonaro ainda reclamou que recebe “pancada o tempo todo” sobre a questão ambiental e disse que “canalhas” fazem campanha como se ele estivesse “colocando fogo na Amazônia”. Logo após, ele reiterou que rejeita a possibilidade de ampliar a demarcação de terras indígenas para chegar a 20% do território. “Já imaginou? O País não aguenta. A gente acaba com o agronegócio nosso”, declarou.
Desmatamento
As perdas registradas nas áreas protegidas da Amazônia atingiram 1.008 km² entre agosto de 2019 e julho deste ano, alta de 40% em relação aos 12 meses anteriores.
Os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontaram que o Brasil finalizou o mês de agosto com o segundo pior resultado de queimadas na Amazônia dos últimos dez anos. Foram registrados 29.307 focos de calor no mês passado, volume acima da média histórica de 26 mil focos para este mês e 5% inferior aos 30.900 registrados no mesmo mês de 2019.