Desde 1983 o País proibia a doação de sangue por homossexuais. Alteração é promessa de campanha do presidente François Hollande

Foto: SESA
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A ministra da Saúde da França, Marisol Touraine, disse em entrevista publicada pelo “Le Monde”, nesta quarta-feira (4/11), que a partir de 2016 a França irá permitir que homossexuais doem sangue. “Ninguém poderá ser excluído da doação de sangue por causa de sua orientação sexual, mas a segurança das pessoas que recebem a transfusão deve ser absolutamente respeitada”, disse a ministra francesa.

A mudança anunciada virá com algumas condições. Inicialmente, a doação poderá ser feita por homens que não tenham tido relações sexuais com outros homens no período de um ano. Conforme as regras, homossexuais poderão doar seu plasma caso estejam em um relacionamento estável há quatro meses, ou se não tiverem feito sexo no mesmo período.

“As primeiras doações nos permitem realizar estudo e, se não houver riscos, as regras que se aplicam aos homossexuais serão as regras gerais, em uma implantação ao longo do ano seguinte”, disse a ministra. Para este fim, os questionários preenchidos durante a doação de sangue serão reescritos para especificar as condições para homossexuais, ou para heterossexuais com práticas de risco, citando o exemplo de prostitutas.

A França proibia doação de sangue por gays desde 1983, baseada na maior presença do HIV no grupo e a existência da chamada “janela silenciosa”, os 10 dias em que o vírus fica indetectável. O fim desta proibição é promessa de campanha do presidente François Hollande. Conforme dados oficiais, com a abertura das doações haverá mais 21 mil doadores por ano no País, que precisa de 10 mil doações diárias.