Mayra Pinheiro é conhecida como “Capitã cloroquina”, em razão das manifestações que fez a favor do medicamento

Mayra Pinheiro durante depoimento | Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado


A secretária de Gestão e Trabalho do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, é a nona pessoa a prestar depoimento à CPI da pandemia. A secretária é ouvida na condição de testemunha, e disse sobre que o uso do chamado “tratamento precoce” para combater a doença cabe ao “livre arbítrio” dos médicos, com o consentimento dos pacientes. Mayra é conhecida como “Capitã Cloroquina”, em razão das manifestações que fez a favor do medicamento.

Em depoimento disse, que o Ministério da Saúde nunca determinou o uso de cloroquina, mas sim estabeleceu uma orientação. “O Ministério da Saúde nunca indicou tratamentos para a Covid. O Ministério da Saúde criou um documento juridicamente perfeito, que é a nota orientativa número 9, que depois virou a nota 17, onde nós estabelecemos doses seguras, onde os médicos pudessem utilizar medicamentos, com o consentimento de pacientes, de acordo com o seu livre arbítrio”, afirmou a secretária.

O relator senador Renan Calheiros (MDB-AL), questionou se ela foi pressionada pelo presidente Bolsonaro para defender a cloroquina, e ela afirmou que não. “Nunca recebi ordem, e o uso desses medicamentos não é uma iniciativa minha pessoal”, disse.

Durante  o depoimento, o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), disse que era preciso diferenciar “indicação” de “orientação”. Outras perguntas foram feitas na sequência e não houve a resposta sobre a diferença. A secretária é considerada peça-chave para solucionar como o governo propagou e distribuiu remédios sem eficácia durante a pandemia.