Guarda civil, Romário Policarpo diz que Iris não sabe o que fala e proposta vai aumentar insegurança na cidade

GCM Romário Policarpo | foto: Alberto Maia

O vereador e guarda civil metropolitano Romário Policarpo (PTC) criticou duramente, em entrevista ao Jornal Opção, a mais nova declaração do prefeito de Goiânia, Iris Rezende (PMDB), de que irá reduzir as funções e retirar prerrogativas da Guarda Civil Metropolitana.

Segundo a “proposta” do peemedebista, os agentes não mais farão patrulhamento preventivo, nem tampouco atuarão no âmbito da segurança pública, restringindo a atividade à apenas “vigilância dos prédios públicos”. Ou seja, em vez de se movimentarem por toda a cidade, ficarão parados em praças, órgãos da administração municipal e parques.

Tal decisão, explica o parlamentar, vai de encontro a todo avanço para a categoria conquistado em diversos Estados do Brasil.

“Nós já estamos atrasados. Paulínea e São Caetano, em São Paulo, a segurança pública é toda feita na prevenção. O prefeito da capital paulista, João Doria, comprou quatro drones de última geração e colocou na mão da Guarda Civil para monitorar a cidade de cima. Já o prefeito de Goiânia não entende sequer a diferença de prevenção e ostensividade. Governa a cidade como o fez na década passada. É lamentável”, argumentou.

[relacionadas artigos=”112881″]

Além disso, Policarpo destaca que a proposta da gestão Iris é inconstitucional, completamente inviável e contribuiria para um aumento sensível da criminalidade.

Isso porque, atualmente, os agentes monitoram mais de 1 mil postos de serviço em todas as regiões da capital goiana a cada dia, seja por meio de videomonitoramento ou patrulhamento. Com a mudança, o número cairia para assustadores 31.

“É matemática básica: o efetivo total é de 1,5 mil guardas civis. Se descontarmos 30% que está de férias ou de licença, teremos 1 mil ‘na ativa’. Considerando que são quatro turnos [trabalham em escala de 12 horas em serviço e 36 de folga], teríamos 250 por dia. Como a lei não permite que fique menos de dois em um mesmo local, cada posto ocuparia oito guardas. Isso significa apenas 31 cobertos”, explicou.

A desculpa do prefeito é que a Guarda Civil estaria “em desvio de função”, realizando o trabalho que seria da Polícia Militar, deixando de cumprir com o preceito básico da corporação: cuidar do patrimônio público. “É de uma desinformação impressionante. A Guarda nunca deixou de cuidar da cidade, mas o faz de uma forma moderna, por meio de câmeras e patrulhamento nos bairros”, completou.

Criminalidade

Romário Policarpo faz um alerta à nova investida do prefeito contra a Guarda Civil Metropolitana: deixar agentes parados nos postos durante um longo período, como uma praça ou parque por exemplo, os colocará em situação de alta vulnerabilidade.

“As estatísticas comprovam que hoje há um alto índice de violência contra vigilantes particulares, O motivo é simples: ficam desguarnecidos e portando armas de fogo. Em Aparecida de Goiânia, bandidos chegarem em um hospital particular com metralhadoras para roubar a arma de um vigilante”, contou.

Para o parlamentar, caso a decisão de Iris prospere — o que ele particularmente não acredita, pois o comando da GCM sabe que é inviável –, Goiânia se transformará em um “circo de horrores”.