Mortes por Aids em Goiás têm queda de mais de 15% em uma década, diz Ministério da Saúde
21 dezembro 2024 às 15h27
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Goiás registrou queda no número de mortes por Aids – doença causada pelo vírus HIV – entre 2013 e 2023. Mesmo com o aumento de 4,5% nos casos de HIV em comparação a 2022, a taxa de mortalidade pela aids foi de 3,9 óbitos, a menor desde 2013. A taxa caiu 15,4% em Goiás. No ano passado, o estado registrou 300 mortes pela doença.
Os dados refletem o aumento da capacidade de diagnóstico dos serviços de saúde brasileiros e fazem parte do novo boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde.
Até 2030, a expectativa é eliminação da aids como problema de saúde pública. A meta, do programa Brasil Saudável, tem como objetivo eliminar ou reduzir 14 doenças e infecções que acometem, de forma mais intensa, as populações em situação de maior vulnerabilidade social. O Brasil foi o primeiro país do mundo a lançar uma política governamental com esse foco.
De acordo com os dados, 70,7% das infecções por HIV foram notificadas em pessoas do sexo masculino, 63,2% ocorreram em pessoas pretas e pardas, e que 53,6% em homens que fazem sexo com homens. A razão de sexos é de 2,7 casos em pessoas do sexo masculino para cada caso do sexo feminino. A faixa etária com mais casos, 37,1%, é a de 20 a 29 anos de idade, sendo que, no sexo masculino, a mesma faixa etária concentra 41% dos casos.
A faixa etária com maioria dos casos de aids é a de 25 a 29 anos de idade, com 34%, seguida da de 30 a 34 anos, com 32,5%. Quando observado somente o sexo masculino, essas mesmas faixas etárias correspondem a 54,8% e 50,3%. Quanto à categoria de exposição, em 2024, 43,9% dos casos notificados da síndrome ocorreram entre pessoas do sexo masculino homossexuais e bissexuais.
Prep
Em 2024, o Brasil atingiu a marca de 109 mil usuários de Profilaxia Pré-Exposição (PrEP). Em 2022, o quantitativo era de 50,7 mil usuários. No mesmo período, o número de usuários da PrEP em Goiás passou de 1.831 para 3.465.
Distribuída gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS), a PrEP é uma estratégia para prevenção da infecção pelo HIV, além de ser considerada pelo Ministério da Saúde uma das principais iniciativas para a eliminação da doença como problema de saúde pública até 2030.
Segundo o diretor do Departamento de HIV/AIDS, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis, Draurio Barreira, o aumento da capacidade de diagnóstico está diretamente relacionado às ações de ampliação da oferta de insumos de prevenção, em particular a profilaxia pré-exposição (PrEP).
“Em 2024, tivemos um aumento de 100% de usuários de PrEP, totalizando cerca de 109 mil usuários. Para entrar em PrEP, as pessoas precisam se testar. Somente com essa iniciativa, aumentamos exponencialmente nossa capacidade de diagnóstico e, inclusive, alcançamos mais uma meta de eliminação da aids como problema de saúde pública até 2030”, explica.
Diagnóstico ampliado
Em 2023, o país diagnosticou 96% das pessoas estimadas de serem infectadas por HIV e não sabiam da condição sorológica. Os dados são do Programa Conjunto das Nações Unidas para o HIV e a aids (Unaids). O percentual é calculado a partir da estimativa de pessoas vivendo com HIV.
Para lidar com a aids, a Organização das Nações Unidas (ONU) definiu metas globais: ter 95% das pessoas vivendo com HIV diagnosticadas; ter 95% dessas pessoas em tratamento antirretroviral; e, dessas em tratamento, ter 95% em supressão viral, ou seja, com HIV intransmissível. Hoje, em números gerais, o Brasil possui, respectivamente, 96%, 82% e 95% de alcance.
A meta foi cumprida pelo Brasil em 2023. Os novos dados apontam que o país subiu seis pontos percentuais na meta de diagnóstico das pessoas vivendo com HIV, passando de 90% em 2022 para 96% em 2023.
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