Morre cacique da Aldeia Buridina, em Aruanã, aos 69 anos
04 outubro 2024 às 08h18
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Morreu nesta quinta-feira, 3, o cacique Raul Hawakati Mauri, líder da Aldeia Buridina – do povo Karajá – em Aruanã, cidade goiana à beira do Rio Araguaia. A causa da morte do índigena, de 69 anos, não foi divulgada. Ele estava internado em um hospital na cidade de São Luís de Montes Belos para tratamento de saúde.
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Conhecido por atuar na recuperação do território e na revitalização da língua materna do povo Karajá, que faz parte do povo Iny, Raul nasceu e cresceu na aldeia em que era líder, onde também viveram seus pais, avós e bisavós. Ele participou com a comunidade de exposições e projetos, dando suporte no desenvolvimento de cursos, oficinas e outros materiais coletivos.
O líder índigena foi responsável pelo projeto Maurehi, que visava a valorização da língua Iny Rubè para a formação de estudantes indígenas tanto na língua Portuguesa, quanto na língua Iny Rubè. Raul era professor do Colégio Estadual Indígena Maurehi, que fica na aldeia Buridina.
O cacique também deixou um legado na arte brasileira. O líder índigena era tido como um “mestre” do artesanato em madeira e, principalmente, na arte plumária. Raul fez parte, no segmento de artes visuais, das 50 contempladas e contemplados no Prêmio Funarte Mestras e Mestres das Artes 2023.
A iniciativa visava o fomento e a difusão da memória das artes no Brasil, por meio do reconhecimento e valorização da trajetória de agentes aclamados por coletividades a partir de suas contribuições e atuação como referência nos segmentos das artes visuais, circo, dança, música, teatro e artes integradas.
Perda
O Governador Ronaldo Caiado (DEM) e a primeira dama Gracinha Caiado lamentaram a morte do cacique.
“Meus sentimentos a todos os povos indígenas e de forma especial ao povo Karajá, que perde um grande líder. Que Deus os ampare e conforte neste momento de dor e tristeza!”, divulgou Caiado.