Ele foi diagnosticado com câncer na garganta, que evoluiu para o cérebro, língua e pescoço. O locutor diz ter se arrependido dos rodeios

Asa Branca e Luísa Mell, ativista pelo direito dos animais | Foto: Reprodução

Asa Branca, considerado o maior locutor de rodeios do país, morreu na manhã desta terça-feira, 4, aos 57 anos, no Icesp, em São Paulo. Waldermar Ruy dos Santos fazia tratamento contra um câncer na garganta diagnosticado há 3 anos. A doença evoluiu para o cérebro, língua e pescoço.

“Estou pagando toda a dor que causei e incentivei os outros a causar nos bichos dos rodeios”, disse o locutor em 2019 ao se encontrar com a ativista dos direitos dos animais, Luisa Mell. Em uma entrevista para a Revista Veja, já debilitado pela doença, Asa Branca disse se arrepender dos rodeios que participou.

O locutor disse ter jogado pneu com arame farpado em cavalo para fazê-lo pular e que a indústria do rodeio é recorrente a prática de dar choque em pele de boi, tudo para garantir a diversão de quem assiste ao entretenimento bastante comum em festas agropecuárias pelo interior do país.

Waldemar Ruy dos Santos virou locutor após quebrar quatro costelas e perfurar um pulmão quando tentava ser peão de rodeio. Ele foi para os Estados Unidos e voltou com um microfone sem fio. Com o aparelho, Asa Branca inaugurou a narração dentro da arena nos shows de rodeio do Brasil. Ganhou fama e se tornou uma das vozes mais conhecidas do país.

O locutor era portador de HIV e tinha sequelas de criptococose, conhecida como doença do pombo. Asa Branca deixou cinco filhos, com cinco mulheres diferentes, e a esposa, Sandra dos Santos.