População pede que morte de Eduardo de Jesus, de dez anos, não seja deixada impune; tiro que atingiu o garoto partiu, segundo a mãe e moradores da comunidade, da PM

Centenas de moradores do Alemão foram às ruas clamar por paz e justiça na comunidade | Foto: Tomaz Silva/ Agência Brasil
No final da manhã deste sábado (4/4), centenas de moradores do conjunto de favelas do Complexo Alemão fizeram um protesto pacífico para pedir paz na comunidade e justiça pela morte do menino Eduardo de Jesus, de dez anos, morto na porta de casa na última quinta-feira (2). Segundo a mãe do garoto e os moradores, o disparo que atingiu Eduardo foi feito pela Polícia Militar (PM).
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), deputado Marcelo Freixo (PSOL), esteve no protesto e questionou a política de segurança do governo do estado.
“Tem que ter uma solução para isso, porque estamos falando da vida das pessoas. O primeiro passo é ouvir os moradores. Isso nunca aconteceu, nem para construir o teleférico nem para pensar em um modelo de polícia. É preciso parar com o discurso da guerra. Tem que ter diálogo”, defendeu o deputado.
A mãe de Eduardo, a diarista Terezinha Maria de Jesus, participou do início do ato, mas teve de ser retirada, ao passar mal. “Eles estão matando os inocentes. Essa polícia assassina tirou a vida do meu filho. Esses covardes”, protestou Terezinha.
O líder comunitário Rene Silva, criador do jornal Voz da Comunidade, citou o aumento da violência como a principal causa do protesto: “O motivo da manifestação é a insatisfação das pessoas com essa violência, que já está desde o início do ano aqui no complexo. Estamos há 90 dias sem deixar de ouvir tiroteios. A solução não é reforçar o policiamento. Passa por investimento em outras áreas, que não chegaram com a mesma força que a polícia chegou na comunidade, como as áreas cultural e social”.
Já o presidente da Associação de Moradores da Palmeira, Marcos Valério Alves, conhecido como Marquinho Pepé, fez questão de ressaltar que o ato não era contra a polícia, mas sim pela paz e pelo respeito mútuo.
“O nosso objetivo é pela paz e pela vida. Não somos contra a UPP. Só queremos policiais comprometidos com a vida. Queremos um comandante que chame a população para conversar, que haja o diálogo. Nós queremos o nosso direito de ser respeitados. Hoje não existe nem respeito nem tolerância dentro do Alemão”, disse Pepé.
Por meio de nota publicada na última sexta-feira (3), o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), informou que todas as despesas com o traslado e sepultamento do corpo do menino Eduardo para o Piauí, terra natal da família, serão pagas pelo estado. Pezão também se disse profundamente consternado com o caso e garantiu que a morte do garoto não ficará impune.
A presidente Dilma Rousseff (PT) também divulgou nota se solidarizando com Terezinha Maria de Jesus e disse esperar que “as circunstâncias dessa morte sejam esclarecidas e os responsáveis, julgados e punidos”.
A Unidade de Polícia Pacificadora de Nova Brasília, no Complexo do Alemão afirma que as mortes ocorreram devido a confrontos com bandidos armados. A Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro garantiu que o comando da corporação está investigando o fato.
Os policiais envolvidos na ocorrência foram afastados das ruas e estão respondendo a um inquérito policial militar (IPM). As armas deles foram recolhidas e passarão por exame balístico.
Infelismente a policia do Rio é a mais despreparada para a função em todo o Brasil.São uns canerficinas de fardas.Se julgam os herois do mal.É uma pena em uma cidade tão bonita tendo uns animais não adestrados.
Engraçado. Contra traficante ninguém faz passeata, ninguém queima pneu, ninguém derruba a boca de fumo.