Ministra dos Direitos Humanos demite ouvidora da pasta
23 setembro 2024 às 12h29
COMPARTILHAR
A Ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, exonerou Luzia Cantal do cargo de Ouvidora da pasta, poucos dias após a demissão de Cláudio Vieira da Silva, ex-secretário da Criança e do Adolescente. Vieira da Silva foi afastado após denúncias de assédio moral feitas por seus subordinados, o que gerou grande repercussão dentro do Ministério.
Luzia, que também ocupava uma posição de destaque no Ministério, era responsável por receber e encaminhar denúncias de violações de direitos humanos, função crítica para o funcionamento da pasta. Além disso, Luzia tinha uma forte ligação com o ex-ministro Silvio Almeida, que também deixou o cargo após ser acusado de condutas inadequadas.
A saída de Luzia Cantal marca uma nova etapa na reestruturação da equipe do Ministério dos Direitos Humanos, que, após as recentes denúncias, busca recuperar a credibilidade e confiança tanto internamente quanto com o público.
A Ouvidoria é uma área fundamental para o monitoramento e resposta a queixas relacionadas a direitos humanos, e a demissão de Luzia levanta questões sobre a direção que a nova gestão pretende tomar para lidar com casos de violação de direitos. A decisão de Macaé Evaristo de afastar figuras associadas a Almeida sugere uma tentativa de distanciar a nova gestão das polêmicas anteriores.
Entenda o caso
As denúncias de assédio sexual contra o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, ganharam destaque após serem divulgadas pela ONG Me Too no dia 5 de setembro. Segundo a organização, que combate o assédio sexual, foram recebidas acusações de diversas mulheres contra o ministro.
“A organização de defesa das mulheres vítimas de violência sexual, Me Too Brasil, confirma, com o consentimento das vítimas, que recebeu denúncias de assédio sexual contra o ministro Silvio Almeida, dos Direitos Humanos. Elas foram atendidas por meio dos canais de atendimento da organização e receberam acolhimento psicológico e jurídico”, diz a ONG num comunicado à imprensa.
Silvio Almeida negou veementemente as acusações e solicitou que a Controladoria-Geral da União (CGU), o Ministério da Justiça e a Procuradoria-Geral da República (PGR) investiguem o caso.
“Repudio com absoluta veemência as mentiras que estão sendo assacadas contra mim. Repudio tais acusações com a força do amor e do respeito que tenho pela minha esposa e pela minha amada filha de 1 ano de idade, em meio à luta que travo, diariamente, em favor dos direitos humanos e da cidadania neste país”, afirmou o ministro. [Confira nota na íntegra ao final]
O Palácio do Planalto anunciou que a Comissão de Ética da Presidência determinou a abertura de um procedimento para investigar o caso. No dia 6 de setembro, Silvio Almeida foi demitido.