Cientistas reveem números globais e corrigem prevalência estimada de 35% para 52%

Um estudo de revisão publicado nesta terça-feira, 12, na revista científica The Journal of Headache and Pain traz uma atualização da respeita pesquisa Carga Global de Morbidade (GBD) a respeito das dores de cabeça. Com base em 357 publicações analisadas pelos autores, foi possível concluir que 52% da população mundial é afetada por algum tipo de cefaleia todos os anos, sendo que 14% reclama da enxaqueca, uma dor crônica.

Como as conclusões do GBD se baseiam em estudos epidemiológicos (publicados ou não) com grande variedade de metodologias e estimativas, a equipe de pesquisadores se concentrou em atualizar a documentação relativa à cefaleia, resumindo as estimativas de prevalência global para todos os tipos de dores de cabeça, bem como para enxaquecas, cefaleias tensionais (CTT) e as chamadas cefaleias de 15 dias (H15).

Além de comparar os seus dados atualizados com as estimativas da GBD, o estudo também analisou de que forma os fatores metodológicos empregados influenciaram as estimativas de prevalência observadas.

Nas 357 publicações divulgadas entre 1961 e o final de 2020, a maioria delas originária de países de alta renda, a equipe de cientistas da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia (NTNU) apurou uma prevalência global estimada de cefaleia ativa de 52%. Além disso, há também uma predominância de enxaqueca (14%), CTT (26%) e de H15 (4,6%). Os dados tiveram como base o relatório GBD2019, o mais recente da série.

Segundo o principal autor do estudo, Lars Jacob Stovner, professor da NTNU, embora seja prematuro concluir que as dores de cabeça estejam aumentando no mundo, o que ficou claro no atual estudo é que sua prevalência é alta e que elas constituem “um fardo pesado” para os serviços de saúde. A cada dia, 15,8% da população mundial tem dor de cabeça, diz a pesquisa.

Geneticamente, homens e mulheres têm a mesma tendência a ter enxaqueca. Porém, a doença é facilitada pelo estrogênio, o hormônio feminino, enquanto a testosterona masculina tem ação “protetora”. Por isso, a partir da puberdade, a mulher fica mais suscetível às crises.