Médico goiano é indiciado por homicídio de paciente gestante
08 dezembro 2014 às 18h20
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Além de negligência constatada durante atendimento, profissional teria se recusado a realizar cesariana de emergência
A Polícia Civil de Caldas Novas indiciou o médico ginecologista e obstetra Dr. Atenevir Teles da Silva por ter provocado a morte de Otenizia das Costas Dias, de 30 anos. Conforme aponta o inquérito policial, o profissional teria sido “negligente” no atendimento à paciente grávida, que morreu por edema pulmonar.
Após constatada a morte da paciente, o médico também teria se recusado a realizar uma cesariana de emergência. Mesmo com a possibilidade de salvar a criança, Ortenizia foi enterrada com o feto em seu ventre.
Consta dos autos que, no último dia 9 de abril, Ortenizia apresentou agravamento em seu quadro clínico, com tosse e deficiência respiratória. O médico indiciado, então, solicitou a realização de um raio-x, em que teria ficado evidente uma mancha no pulmão da paciente. Mesmo assim, Atenevir não teria prescrito qualquer tratamento específico pulmonar e teria optado pela manutenção de tratamento de diabetes, ao qual a paciente já estava submetida.
O médico foi indiciado por homicídio culposo, aquele em que não há a intenção de matar, e também irá responder por falsidade ideológica.
Em entrevista ao Jornal Opção Online, nesta segunda-feira (8/12), a delegada responsável pelo caso, Sabrina Leles de Lima Miranda, contou que Atenevir atestou de forma inverídica a causa da morte da gestante. De acordo com a titular, ele agiu com dolo eventual ao atestar que a vítima foi a óbito por infarto e não por edema pulmonar, já que a suposta falta de tratamento em relação ao problema nos pulmões poderia comprometê-lo.
Em sua defesa, o profissional alegou que necessitava de mais exames para averiguar com exatidão o quadro da paciente. Quanto à negativa na realização da cesárea emergencial, Atenevir afirmou que a gestante estava em parada há mais de cinco minutos, o que teria impedido a intervenção cirúrgica.
Segundo a delegada, no entanto, o inquérito policial apontou que o médico estaria “a poucos metros” da paciente, não justificando o atraso. “Não tem como afirmar se o bebê sobreviveria, mas, segundo a literatura médica, existia a probabilidade, ainda mais se tratando de um feto de 32 semanas”, explicou.