No primeiro ano do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), uma análise de 99 pontos-chave revela progressos significativos em indicadores relacionados à economia, saúde e educação, em comparação com períodos anteriores. Essa evolução contrasta com o cenário de 2019, durante os primeiros momentos da gestão de Jair Bolsonaro (PL), quando a maioria dos indicadores apresentou resultados negativos. Essas informações foram divulgadas pela Folha de S. Paulo.

A avaliação abrangeu dados de diversos ministérios, órgãos como IBGE, Inpe e Banco Central, além de relatórios de entidades como Transparência Internacional e CNI, incorporando também insights de especialistas.

No âmbito econômico, observou-se melhorias em vários aspectos, incluindo um crescimento de 2,9% no PIB em 2023, impulsionado principalmente pelo setor agropecuário. Avanços foram constatados na inflação e no câmbio, entretanto, indicadores como aumento da dívida e déficits nas contas públicas e previdenciárias apresentaram piora.

É relevante destacar que o governo implementou medidas para fortalecer o mercado interno, como a retomada de programas sociais, incluindo o Bolsa Família, e uma nova política para o salário mínimo, assegurando aumento real.

A professora da UnB, Daniela Freddo, afirmou que os dados de emprego evidenciam a melhora na economia, impactando diretamente a população. Ela atribui parte desse progresso à retomada econômica pós-pandemia e, de maneira geral, às reformas ocorridas no ano anterior, proporcionando mais segurança para novas contratações e aumento de rendimentos no mercado de trabalho.

Na área da educação, houve uma retomada na coordenação da política educacional, com investimentos e lançamento de programas, apesar de desafios na execução da revisão do ensino médio.

No setor de saúde, o Ministério buscou se afastar da postura negacionista anterior, enfrentando desafios como a crise yanomami e reestruturando programas como o Mais Médicos. Houve melhorias em indicadores como o número de profissionais de saúde e procedimentos realizados no SUS, mas questões persistentes, como a situação da dengue, foram destacadas.

Apesar dos avanços, críticos apontam lacunas, como a falta de um projeto educacional consistente e dificuldades na transferência de recursos aos estados e municípios. O governo enfatizou esforços para melhorar as coberturas vacinais e enfrentar desafios na segurança viária, mas reconheceu a necessidade contínua de ações para abordar questões pendentes, como o desmatamento e a estabilidade das contas públicas.

A equipe do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que parte da piora das contas públicas se deve à herança do governo anterior, que deu calote nos precatórios e promoveu a desoneração para combustíveis e energia, visando às eleições presidenciais.