Já está no mercado teste rápido de hanseníase desenvolvido pela UFG

10 janeiro 2022 às 10h54

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A previsão é que a tecnologia esteja também disponível no SUS no primeiro semestre deste ano
Com o objetivo de conseguir um diagnóstico mais preciso e precoce para os pacientes com suspeita de hanseníase, a Universidade Federal de Goiás (UFG) criou um teste com uma técnica de imunocromatografia de fluxo lateral para detectar a doença de forma rápida e acessível.
O teste permite a leitura do resultado entre cinco a 10 minutos. A tecnologia licenciada pela Universidade já pode ser adquirida no mercado. O próximo passo é a sua disponibilização pelo Sistema Único de Saúde (SUS), no primeiro semestre de 2022.
O diagnóstico do teste é feito da seguinte maneira: Com um pequeno volume de amostra de sangue ou soro, ele captura os anticorpos produzidos no organismo contra o antígeno (corpo estranho) e o identifica por colorimetria, formando uma linha vermelha. A pesquisadora e coordenadora do estudo, Samira Bührer, explica que “o teste contribui para a confirmação de casos suspeitos. Mas quando é negativo, ele não exclui a possibilidade da doença, uma vez que a resposta imunológica de cada organismo é diferente e o resultado do teste depende da quantidade de anticorpos que o indivíduo produz”.
O teste é de interesse do Ministério da Saúde (MS). Por isso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) fez o registro do teste licenciado com celeridade fazendo de sua comercialização uma realidade. Já no primeiro dia útil de 2022, o MS e a Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde incorporaram ao SUS o teste rápido de hanseníase desenvolvido pela UFG. As áreas técnicas terão o prazo de quatro meses para efetivar a oferta no sistema público de saúde. “Já estamos preparando material de treinamento dos profissionais de saúde para utilização do teste”, informou Samira Bührer.
A hanseníase é uma doença milenar causada pela bactéria Mycobacterium leprae e transmitida pelas gotículas de saliva eliminadas na fala, tosse ou espirro. A doença tem tratamento e se o diagnóstico for feito de forma precoce, já com início do tratamento, é capaz de interromper a transmissão e prevenir sequelas.