Acordar pela manhã e se deparar com nuvens de fumaça impedindo a visibilidade a longo alcance se tornou algo comum, em Goiás. O estado, assim como todo o país, sofre com uma onda de incêndios criminosos, fazendo com que o número de ocorrências de queimadas chegue a 100 por dia. 

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Porém, resta saber: o que está por trás dos crimes? É uma forma de prejudicar concorrentes, visto que grande parte das áreas atingidas são fazendas, ou é apenas falta de intelecto por parte dos responsáveis por atear fogo na vegetação? Uma pergunta difícil de responder. 

No entanto, independente dos motivos, uma coisa é certa: o estado está sofrendo com as ações humanas. Apenas neste ano foram mais de 2,1 mil incêndios registrados pelo Corpo de Bombeiros, fazendo com que Goiás registrasse a mais baixa umidade relativa do ar da história, na casa dos 7%.

Para ter uma noção da gravidade, no deserto do Saara, por exemplo, no norte da África, a umidade do ar varia de 14% a 20%. Ou seja, Goiás atingiu uma marca ainda menor do que a região tida como uma das mais inóspitas da Terra. 

A natureza oferece seus recursos generosamente, mas exige cuidado e responsabilidade em troca. O desmatamento e a degradação ambiental causam impactos profundos e duradouros, que muitas vezes levam séculos, ou até milênios, para serem revertidos. Um exemplo claro e recente são as próprias enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul, em maio deste ano. Potência do agro, o maior produtor de arroz do Brasil também é conhecido pelo desmatamento – apontado por especialistas como a principal causa do incidente, que deixou quase 200 mortos. 

Os incêndios que estão degradando Goiás também vão afetar o estado como um todo, seja com o aumento no preço dos alimentos, ou com as fortes tempestades e ventanias provenientes das altas temperaturas. Basta esperar para ver os resultados.

A ignorância de alguns, em colocar fogo na vegetação seca, acaba por afetar todas as pessoas de um território – sejam elas vítimas ou simpatizantes dos incêndios.