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Jornais sugerem que apenas Eduardo Campos morreu em acidente de avião

[caption id="attachment_12919" align="alignleft" width="620"]Carlos Augusto Leal Filho (1) , Alexandre Severo (2), Pedro Almeida Valadares Neto (3), Marcelo Lyra (4), Marcos Martins (5) e Geraldo Cunha (6). Os quatro primeiros trabalhavam na campanha de Eduardo Campos, os outros dois pilotavam a aeronave Carlos Augusto Leal Filho (1) , Alexandre Severo (2), Pedro Almeida Valadares Neto (3), Marcelo Lyra (4), Marcos Martins (5) e Geraldo Cunha (6). Os quatro primeiros trabalhavam na campanha de Eduardo Campos, os outros dois pilotavam a aeronave[/caption] Comparadas as capas dos jornais, lidas as reportagens, é possível concluir que no acidente de avião ocorrido em Santos, na quarta-feira, 13, morreu “apenas” o presidenciável do PSB, Eduardo Campos. Nos rodapés, para manter a objetividade, os jornais esclareceram que morreram, além do ex-governador de Pernambuco, mais seis pessoas, menos nobres, por certo, e por isso merecedoras de menos espaço e apreço. Os repórteres deveriam ter mostrado, de maneira menos insossa — fizeram questão de ressalvar que, num desabafo, um piloto disse, numa rede social, que estava cansado (qual trabalhador não faz o mesmo, diariamente?) —, um pouco mais sobre esses indivíduos. Cada um tem sua história e suas famílias sofrem como a família do líder pernambucano. Pedro Almeida Valadares Neto, ex-deputado federal, Carlos Augusto Leal Flho, assessor de imprensa de Eduardo Campos, Alexandre Severo, fotógrafo da campanha, Marcelo Lyra, cinegrafista, Marcos Martins e Geraldo Cunha, pilotos, merecem ter suas histórias narradas. Afinal, são seres humanos como Eduardo Campos e têm parentes que também estão abalados. A imprensa brasileira, aparentemente de mentalidade aristocrática, parece que quer transformar Eduardo Campos numa espécie de Evita Perón de calça.

O ataque brutal do crítico americano H. L. Mencken a um romance de Herman Melville

[caption id="attachment_12915" align="alignleft" width="300"]Layout 1 Diário de Henry Louis Mencken critica, sem contemplação, escritores consagrados[/caption] H. L. Mencken (1880-1956) deixou um “Diário” (Bertrand Brasil, 575 páginas, tradução de Bentto de Lima) de qualidade desigual, com comentários às vezes puramente idiossincráticos, mas quase sempre divertidos, polêmicos. Há variações de humor e mudanças de opinião, por exemplo sobre Theodore Dreiser, mais conhecido, no Brasil, por um belo filme de George Stevens, “Um Lugar ao Sol”, com Elizabeth Taylor e Montgomery Clift. Ele desce o porrete em quase todo mundo, até em ícones americanos como Herman Melville, F. Scott Fitzgerald e William Faulkner. O cacete no lombo de Melville é federal. Numa anotação de fevereiro de 1941, Mencken tira as luvas de pelica e põe as luvas de boxe ou de MMA: “Na semana passada, li, pela primeira vez, o romance ‘Moby Dick’. Fiquei realmente surpreso com a má qualidade. Nos últimos anos, foi enaltecido com tanta eloquência por muitos homens que deveriam conhecer melhor o assunto e, assim, criei grande expectativa. Achei um escrito extremamente dispersivo e flatulento. No final, o melodrama simplesmente malogra, e a vingança como motivação, várias vezes, beira perigosa à comicidade. “Uma das coisas que todos os colegas parecem ter ignorado é a grande dívida de Melville para com Carlyle. Seu estilo, sempre que realmente solta a mão, se torna puro carlyliano e da pior qualidade. Walt Whitman sofreu a mesma influência. Seus primeiros escritos jornalísticos eram num inglês direto, pobre e indiferenciado que caracterizava o jornalista de sua época, mas, depois que entrou em contato com Carlyle, forjou um estilo carlyliano próprio que pode ser encontrado em toda sua prosa posterior. “No conjunto, parece-me que este carlyliano era melhor do que o ‘jornalês’ da primeira fase de Whitman. Entretanto, sempre guarda certa afetação e deixa a descoberto a frequente falta de honestidade. “O mesmo é verdadeiro para a redação de Melville. Mesmo quando imita Carlyle com sucesso máximo, continua sempre uma imitação.” Mencken fazia julgamentos peremptórios, nem sempre preocupando-se, talvez estivesse apenas escrevendo um diário, em demonstrar e fundamentar, com rigor, sua crítica, ou, quem sabe, insights. Se imitou Carlyle, como quer o crítico americano, Melville acabou por superá-lo. No “Diário”, Mencken escreve frases secas e ásperas: “O homem que conhece muitas línguas raramente escreve bem em algumas delas”. Ele aponta como exceção Joseph Conrad. Mas o que dizer de grandes prosadores como James Joyce e Guimarães Rosa? Faulkner, coitado, é apresentado como bêbado e mal educado. Sua obra é solenemente ignorada. Uma coletânea das “maldades” de Mencken pode ser conferida em “O Livro dos Insultos” (Com­panhia das Letras, 264 páginas, tradução de Ruy Castro). O porrete come solto, quase sempre de maneira divertida. Para Mencken, não havia autor intocável.

Obituários apresentam Ariano Suassuna, o esteta do caipira, como se fosse Guimarães Rosa

Como estava fora do país, li tardiamente os obituários de Ariano Suassuna. Quando terminei, concluí: estão falando de Machado de Assis, James Joyce, Graciliano Ramos, William Faulkner, Thomas Mann e Guimarães Rosa — menos de Ariano Suassuna. O escritor paraibano, quase pernambucano, parece ter escrito “Memórias Póstumas de Brás Cu­bas”, “Ulysses”, “O Som e a Fúria”, “A Montanha Mágica”, “Vidas Secas” e “Grande Sertão: Veredas”. Quando ficou conhecido, na verdade, não pelo livro, e sim pelo filme “O Auto da Compadecida”, uma ode ao caipirismo. Ariano Suassuna não é um par de nenhum dos escritores citados acima. Porém, como a morte transforma qualquer um em gênio da raça, ao menos nos tristes trópicos, de repente ele se tornou quase um Gilberto Freyre da prosa. A imprensa tende (ou tendia) a apresentar Ariano Suassuna como um resistente ao capitalismo. Ele era um resistente, dos mais retardatários, à modernização. Como os socialistas, o romancista, poeta e dramaturgo — e mais uma dezenas de coisas, como conselheiro de políticos de Per­nambuco —, não dizia respeito ao presente. Esteve sempre voltado para o passado, tratado de maneira idílica, nostálgica. Para Ariano Suassuna, o brasileiro urbano, moderno e em contato com as coisas do mundo, não existe, é ficção. O brasileiro é visto, na prosa de Suassuna, como o eterno caipira. É isto que chamo de estetização do caipira. Ao estetizar o caipira, ao apresentá-lo como esperto, entre bonzinho e maledicente, o escritor o cristaliza como o homem (herói) ideal, quiçá o “homem cordial”. Um Ma­cunaíma manqué. Parte da obra de Ariano Suassuna é um ataque frontal ao moderno e mesmo ao que há de mais avançado no passado, mesmo o remoto. O homem ideal, enfim, é o caipira esperto — Chicó e João Grilo. O homem institucional, às vezes apresentado como “civilizado”, não existe para o caipora paraibano. Se existe (como padres, policiais), é para ser enganado por Chicós e Grilos.

O Popular adere à visão messiânica sobre Eduardo Campos

Ao dizer na manchete de capa “Morre uma esperança”, sobre o pernambucano Eduardo Campos, o “Pop” ensaia uma espécie de adesão ao messianismo. Muitos políticos, às vezes até bem intencionados, não dão certo porque se exige deles que sejam não organizadores do Estado e um instrumento de crescimento e desenvolvimento do país, e sim um Mes­sias, um salvador da pátria, um indivíduo que, com um golpe certeiro, reconstrói e refaz, praticamente do nada, toda a história dopaís. Lula da Silva é um pouco produto desta visão messiânico-salvacionista. Às vezes, o gestor mais eficiente e que estabiliza o país é o que sabe fazer o feijão com arroz e não inventa muito. Os “inventores”, como Fernando Collor de Mello, em geral são presidentes de segunda categoria. Curiosamente, o “Pop”, em ne­nhum momento, quando Eduardo Campos era vivo, o tratava como esperança. Pelo contrário, dava-lhe pouco espaço.

Poema Canto fúnebre sem música, de Edna St. Vincent Millay. Tradução de Drummond de Andrade

Canto fúnebre sem música Layout 1Não me conformo em ver baixarem à terra dura os corações amorosos, É assim, assim há de ser, pois assim tem sido desde tempos imemoriais: Partem para a treva os sábios e os encantadores. Coroados De louros e de lírios, partem; porém não me conformo com isso. Amantes, pensadores, misturados com a terra! Unificados com a triste, indistinta poeira. Um fragmento do que sentíeis, do que sabíeis, Uma fórmula, uma frase resta — porém o melhor se perdeu. As réplicas vivas, rápidas, o olhar sincero, o riso, o amor foram-se embora. Foram-se para alimento das rosas. Elegante, ondulosa é a flor. Perfumada é a flor. Eu sei. Porém não estou de acordo. Mais preciosa era a luz em vossos olhos do que todas as rosas do mundo. Vão baixando, baixando, baixando à escuridão do túmulo Suavemente, os belos, os carinhosos, os bons. Tranquilamente baixam os espirituosos, os engraçados, os valorosos. Eu sei. Porém não estou de acordo. E não me conformo. [Tradução de Carlos Drummond de Andrade, “Poesia Traduzida”, Editora Cosacnaify]

Publicitário diz que Paulo Lacerda é a nova rainha da Inglaterra de O Popular

Comentário do meio publicitário: Paulo Lacerda foi afastado da gerência comercial do “Pop” por três motivos. Primeiro, o jornal está faturando menos, especialmente na iniciativa privada. Segundo, teria perdido editais para o concorrente “Hoje”, que tem uma estrutura bem menor, mas estaria mais agressivo comercialmente. Ter­ceiro, sua relação com as agên­cias seria conflituosa. Paulo Lacerda, portanto, não teria sido tão-somente “promovido” a coordenador de eventos. Na versão de publicitários, ele teria, isto sim, “caído para o alto”. A retirada de seu nome do expediente provaria isto. “A tendência é, a médio prazo, se tornar rainha da Inglaterra e se aposentar”, afirma um publicitário. Não há consenso sobre o “afastamento” de Paulo Lacerda. Um publicitário experimentado garante que ele “não caiu para o alto” e que estaria satisfeito, “até muito satisfeito”, com o cargo de coordenador de eventos.

Reportagens de Veja sobre lama do governo petista são irrespondíveis

A revista “CartaCapital” faz bem ao esclarecer que apoia a reeleição da presidente Dilma Rousseff. As demais publicações deveriam fazer o mesmo, porque, de fato, apoiam um ou outro candidato. O candidato da “Folha de S. Paulo” e da revista “Veja” é o tucano Aécio Neves. Não é a petista. Mas a “Veja”, se não tem apreço por Lula da Silva, respeita Dilma Rousseff. Isto significa que as reportagens do jornal e das revistas devem ser descredenciadas? De maneira alguma. Só tolos, mesmo tolos intelectuais, dizem que não leem a “Veja” ou a “CartaCapital”. Como é possível criticar e até combater um adversário que não se conhece? As reportagens recentes da “Veja”, mostrando como havia uma lavanderia dentro do governo da presidente Dilma Rousseff, sem sua anuência — tudo indica que a petista, no limite, é mesmo honesta —, com um doleiro agindo abertamente e negociando com políticos e empreiteiros, são praticamente irrespondíveis. Talvez seja necessário retirar o “praticamente”. Gente do próprio governo se incrimina. Felizes os tempos em que o Vargas hegemônico do país era Getúlio. Mesmo sendo ditador — e, depois, democrata —, Getúlio Vargas era bem melhor, sem comparação, do que petistas e outros que emporcalham a República. Ressalte-se que há petistas da mais alta qualidade, como a presidente Dilma Rousseff (e o próprio José Genoino não é essa praga do Egito em que foi transformado pelo mensalão; talvez seja um dos políticos mais decentes do país).

Lira Neto afirma que nenhum integrante da família de Getúlio tentou censurar biografia

Lira Neto acaba de pôr no mercado a excelente biografia “Getúlio — Da Volta Pela Consagração Popular ao Suicídio: 1945-1954” (Companhia das Letras, 429 páginas). Na página 354, o jornalista e escritor assinala: “No momento em que o país discute a questão das biografias não autorizadas, nenhum membro da família Vargas tentou interferir no meu trabalho ou exigir a leitura e aprovação prévia do texto”. Biógrafos, até os mais gabaritados, como Ruy Castro e Fernando Morais, estão sendo tratando como criminosos de guerra no Brasil. O primeiro escreveu livros notáveis sobre Nelson Rodrigues, Garrincha e Carmen Miranda. O segundo é autor de livros sobre Olga Benario e Assis Chateaubriand (“Chatô — O Rei do Brasil” é, possivelmente, a melhor biografia jamais escrita no país). Há algum tempo, o cantor Roberto Carlos conseguiu censurar, na Justiça, o livro “Roberto Carlos em Detalhes”, do jornalista e escritor Paulo Cesar de Araújo. Chico Buarque e Caetano Veloso (este, artista das ondas, teria mudado de ideia) lideraram um movimento contra as biografias não-autorizadas. Os dois, de fato talentosos, querem livros que os qualifiquem assim: “Chico e Caetano são mais importantes do que Bach, Mozart e Beethoven e escrevem melhor do que James Joyce e Guimarães Rosa?” É claro que não, mas certamente desejam que seus futuros biógrafos sejam amenos ao tratar de suas contradições.

Matias Spektor lança livro notável, mas com erros. Renan Calheiros não foi criada da ditadura

livro-18-dias-matias-spektor-novo-17117-MLB20133310144_072014-OHá um livro brilhante nas livrarias: “18 Dias — Quando Lula e FHC se Uniram Para Conquistar o Apoio de Bush” (Objetiva, 289 páginas), de Matias Spektor, professor da Fundação Getúlio Vargas e doutor em Relações Internacionais pela Universidade de Oxford. O título do livro é bom, do ponto de vista comercial. Mas o livro vai muito além do que sugere, analisando, às vezes de maneira minuciosa, a política diplomático-comercial do Brasil. As relações entre FHC e Lula, tendo em vista uma aliança com Bush, é apenas um dos pontos. Há erros pontuais. Spektor diz que Renan Calheiros serviu à ditadura. O hoje senador era ligado ao PC do B e, depois, deputado pelo MDB. O pesquisador afirma que Henrique Meirelles era deputado federal por Goiás. Ele foi eleito deputado, mas renunciou para assumir a presidência do Banco Central. O acidente do césio em Goiânia nada tem a ver com a política nuclear dos militares e não provocou a morte, salvo engano, de 108 pessoas. O goiano Delúbio Soares é citado na obra.

Brasil perde Nicolau Sevcenko, um discípulo de Sérgio Buarque de Holanda

Nicolau Sevcenko — um dos historiadores mais respeitados por Sérgio Buarque de Holanda — morreu na quarta-feira, 13, aos 61 anos, de infarto. Professor da USP e de Harvard, era pós-doutor pela Universidade de Londres, na qual deu aulas e dividiu sala com Eric Hobsbawm, maior historiador inglês no século 20. Sevcenko, da linhagem dos scholars que escrevem como os melhores prosadores, especializou-se em história social e cultural. No Brasil, foi pioneiro no uso da literatura como fonte histórica. Ele escreveu livros notáveis. Em “Literatura Como Missão” (editado por Brasiliense e Companhia das Letras), de 1985, usa a obra de Euclides da Cunha e Lima Barreto para entender a história e as tensões socioculturais do país na Primeira República. Trata-se de um clássico. Ele escreveu também “A Revolta da Vacina”, de 1983, “Orfeu Extático na Me­trópole”, de 1992, e “A Corrida Para o Século XXI”, de 2001. A cultura e a história do país perdem muito com a morte precoce de Sevcenko.

Livro de jornalista do “Valor” analisa candidatos a presidente da República

Layout 1Maria Cristina Fernandes é uma das mais talentosas repórteres e analistas de política do Brasil. Seus textos são publicados no jornal “Valor Econômico”. “Os Candidatos — Aécio Neves, Dilma Rousseff e Eduardo Campos” (R$ 9,90), oportuno e-book da jornalista, sai pela Editora Companhia das Letras, com 64 páginas. O único problema do livro é que, com a morte de Eduardo Campos, fica ligeiramente desatualizado. A candidata do PSB deve ser Marina Silva. Ainda assim, o livro é oportuno, até imperdível para quem aprecia política.

Companhia das Letras lança novo romance de Donna Tartt, ganhador do Pulitzer

Depois de publicado nos Estados Unidos — o livro circula na Argentina (o 28º Estado “brasileiro”) há algum tempo —, o belo romance “O Pintassilgo” (Companhia das Letras, 792 páginas, tradução de Sara Grunhagen), de Donna Tartt, sai no Brasil. O livro ganhou o importante prêmio Pulitzer. (Leia no link http://bit.ly/1qcV7gU um texto sobre a escritora). Sinopse da Editora Companhia das Letras: “Theo Decker, um nova-iorquino de treze anos, sobrevive milagrosamente a um acidente que mata sua mãe. Abandonado pelo pai, Theo é levado pela família de um amigo rico. Desnorteado em seu novo e estranho apartamento na Park Avenue, perseguido por colegas de escola com quem não consegue se comunicar e, acima de tudo, atormentado pela ausência da mãe, Theo se apega a uma importante lembrança dela - uma pequena, misteriosa e cativante pintura que acabará por arrastá-lo ao submundo da arte. Já adulto, Theo circula com desenvoltura entre os salões nobres e o empoeirado labirinto da loja de antiguidades onde trabalha. Apaixonado e em transe, ele será lançado ao centro de uma perigosa conspiração. 'O Pintassilgo' é uma hipnotizante história de perda, obsessão e sobrevivência, um triunfo da prosa contemporânea que explora com rara sensibilidade as cruéis maquinações do destino”.

Os Mais Influentes da Comunicação em Goiás. O Jornal Opção é líder

A Contato Comunicação publica nomes mais fortes do setor em Goiás

IV Intermídias reúne grandes nomes da comunicação

Encontro será realizado nos dias 28 e 29 de agosto, no Centro de Convenções de Goiânia