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[caption id="attachment_20123" align="alignleft" width="310"] Tim Maia: um dos artistas mais completos, versáteis e perturbados da música brasileira[/caption]
Tim Maia é um músico norte-americano nascido no Brasil. Explica-se o óbvio: o Síndico é brasileiro. Mas sua matriz musical está nos Estados Unidos — tanto que começou sua carreira imitando, com brilho, Little Richard. Aos poucos, definiu uma personalidade artística única, com matizes nacionais e internacionais. Lembra, com sua vida perturbada e perturbante — os artistas mais talentosos não são “normais paranoicos” — a cantora Billie Holiday e o músico Charlie Parker, reis “chapados” do jazz. Sua imensa capacidade criadora — cercada por um espírito altamente destrutivo, tanto que morreu ainda relativamente jovem, aos 55 anos — lembra, e não vagamente, estrelas como Louis Armstrong, Ella Fitzgerald e B. B. King.
A música de Tim Maia é como a de João Gilberto: nunca entedia. Porque parece sempre diferente a cada audição. O curioso é que músicas e letras casam-se muito bem. Porém, quando a letra não é lá essas coisas, a música é de qualidade e vice-versa.
O filme “Tim Maia”, de Mauro Lima, baseado em livro do jornalista e escritor Nelson Motta, é muito bem feito. Preciosistas vão encontrar algum caco para criticar — o comentarista da revista “Veja” apontou certa falta de ritmo —, mas, no geral, é quase perfeito. Primeiro, claro, porque há a música de Tim Maia. Segundo, porque consegue capturar, com rara fidelidade, o indivíduo complexo e contraditório — sem torná-lo herói ou vítima. Terceiro, porque Babu Santana se tornou Tim Maia. Durante alguns minutos, inebriado pela música e pela história ricas do cantor, compositor e músico, peguei-me vendo em Babu Santana o verdadeiro Tim Maia.
Li, nos jornais e sites da internet, que alguns músicos (e seus parentes) estão reclamando que foram deixados de fora do filme, ou dois ou mais artistas foram condensados numa só pessoa, e um filho de Tim Maia admite que, de fato, quis “deixar de fora” aqueles que processaram seu pai. Um equívoco, pois a história de um artista deve ser contada como é, sem vinditas e cortes. Mas Nelson Motta tem razão quando afirma que se trata de um filme, não de um documentário. Noutras palavras, não cabe tudo num filme de pouco mais de duas horas. Mais: a ficção, mesmo quando trata de temas reais, às vezes precisa da imaginação para se tornar mais, por assim dizer, compreensível. O filme nos “segura” o tempo todo.
[caption id="attachment_20125" align="alignright" width="300"] James Risen: denúncia é verdadeira, mas governo está mais preocupado com sua fonte[/caption]
O jornalista americano James Risen, do “New York Times”, escreveu uma reportagem mostrando que a CIA tentou sabotar o programa nuclear do Irã. Empresários, municiados pela Central de Inteligência dos Estados Unidos, ofereceram plantas nucleares falsas com o objetivo de travar o programa iraniano. A ação fracassou. A notícia era verdadeira e baseada em informações do próprio governo. Agora, James Risen está sob pressão do governo do presidente Barack Obama. O detalhe curioso é que o repórter não conseguiu convencer a então editora do “New York Times”, Jill Abramson, da gravidade da denúncia. Supostamente sob pressão de Condoleezza Rice, na época conselheira de segurança nacional, Abramson abortou a publicação do texto (a editora se arrepende do equívoco, pois admite que é um profissional “sólido como uma rocha”). Em 2006, com o material quente nas mãos, o jornalista publicou-o no livro “State of War”, que se tornou best seller e balançou o governo e a CIA.
O Ministério Público tentou um acordo com James Risen, para que revele a fonte de sua informação. Como no caso da Petrobrás, o governo de Barack Obama não quer saber se a informação divulgada pelo repórter era verdadeira ou não. Nada havia de incorreto. O repórter disse, por meio de seu advogado, que, mesmo se for intimado, não vai prestar qualquer depoimento no julgamento de Jeffrey Sterling, oficial da CIA que é acusado pelo governo americano de ter fornecido informações confidenciais, inclusive para James Risen. Noutras palavras, não revela o nome da fonte, nem sob ameaça de prisão, que poderá ser decretada. O governo alega que está preocupado com a segurança dos Estados Unidos.
As redações patropis às vezes cometem um erro com seus melhores repórteres. No lugar de incentivá-los a continuar como repórteres, escrevendo textos de maior envergadura, colocam-nos, quando se tornam mais conhecidos, para escrever artigos. Nenhuma redação de alta qualidade demite profissionais do quilate de Eliane Cantanhêde e Fernando Rodrigues. Pois a “Folha de S. Paulo” demitiu-os na semana passada.
Eliane Cantanhêde escrevia artigos na página 2, com perspicácia e moderação, e com massa crítica apropriada. Tão objetiva que às vezes era apontada como “petista” e, logo depois, como “tucana”. Não é uma coisa nem outra. É uma colunista que, embora possa ter suas simpatias políticas — todos temos —, mantém aguçado o faro de repórter. Porém, articulistas, mesmo quando muito bons, são mais dispensáveis do que grandes repórteres (cada vez mais raros). Talvez seja o caso da jornalista, que continua a trabalhar no Globo News (no telejornal “Globo News em Pauta”). Dado seu talento, breve estará escrevendo num grande jornal, como “O Globo”.
Fernando Rodrigues foi, durante anos, ao lado de Gilberto Dimenstein, o golden boy da redação da “Folha”, onde trabalhou 27 anos. É repórter notável e redator de texto preciso e elegante (o que não quer dizer pomposo). Aos poucos, mesmo continuando a atuar como repórter, passou a escrever artigos na cobiçada página 2. Por que foi demitido se é um dos mais qualificados repórteres? Possivelmente, devido ao salário — um dos mais altos da redação. Ele continua a escrever no UOL, que pertence ao grupo que edita a “Folha”, e a fazer comentários na rádio Jovem Pan.
Uma idiossincrasia: a demissão que mais lamentei foi a de Eduardo Ohata. Sou aficionado de boxe, que considero uma espécie de sétima arte — acima do cinema, que é, no máximo, a sétima sub-arte (que me perdoe o excelente crítico André Ldc) —, e poucos jornalistas escrevem tão bem a respeito quanto o ex-repórter da “Folha”. Ele publicou textos antológicos sobre lutas de Muhammad Ali — o boxeador que batia tão bem quanto apanhava — e Mike Tyson
A bela e competente atriz Letícia Sabatella reclama da imprensa que divulgou sua fotografia deitada no chão, em Brasília, e aparentemente bêbada.
Há duas questões. Primeiro, é normal uma jovem, sobretudo depois de um bem-sucedido trabalho no teatro, beber, até beber um pouco mais. A bebida faz parte das “regras” de convívio social. Não há nada demais (e quem escreve isto é inteiramente abstêmio).
Segundo, o que não pode é a atriz cobrar que a imprensa não divulgue o ato de uma atriz famosa. Na verdade, Letícia Sabatella parece ter criticado mais o moralismo — “ah, a atriz global é alcoólatra” (ela não é), certamente terão dito alguns — do que a divulgação do fato em si.
Os militares patropis criaram uma ditadura, com o apoio de civis — vivandeiras da estirpe de Carlos Lacerda e Magalhães Pinto —, e começaram a desistir dela em 1974, com a posse do presidente Ernesto Geisel. Militares, como Castello Branco, Golbery do Couto e Silva e Ernesto Geisel, acreditaram que, com eles no poder, a corrupção cessaria e o País cresceria, tornando-se uma potência similar aos Estados Unidos e à Alemanha. Ledo engano. A corrupção pode até ter diminuído, mas não acabou — como não acabará jamais —, o País cresceu, em termos econômicos, mas não se equiparou aos países de Wolfgang Goethe e William Faulkner. A permanência da corrupção e o início de uma estagnação econômica, depois de um período de crescimento “milagroso”, assustaram os militares aberturistas, como Ernesto Geisel e Golbery do Couto e Silva. Aí, percebendo dias difíceis, que seriam atribuídos aos militares, a dupla decidiu “matar” a ditadura que haviam criado, com Castello Branco, em 1964. Agora, 50 anos depois do golpe de 1964, os militares querem continuar nos quartéis e não têm o mínimo interesse em voltar ao poder. Porque perceberam que a sociedade não pode ser “corrigida” por mãos rígidas e autoritárias e que são mais úteis ao País se atuarem como guardiões da segurança nacional. Portanto, quando alguns gatos pingados saem às ruas e pedem um novo regime autoritário, os militares, do mais graduado general ao mais simples soldado, provavelmente fazem piada. Ao contrário do que ocorreu em 1964, não há sincronia alguma entre o “movimento” — sem lastro social — que pede a volta dos militares ao poder, ou ao menos uma intervenção cirúrgica, e os militares. Os que clamam por “novo” golpe não sabem direito o que é uma ditadura, porque são muito jovens, mas os militares sabem que governos discricionários não são bons para ninguém — nem para eles.
Uma coisa é certa: se o “Washington Post” tivesse ombudsman entre 1972 e 1974, a maioria das reportagens de Bob Woodward e Carl Bernstein teria sido vetada e o presidente Richard Nixon não teria renunciado em 1974. Quando começou a publicar as reportagens do Caso Watergate, a dupla de jornalistas não tinha segurança integral de que estava no rumo certo e que seus indícios eram consistentes. Mesmo assim, com incentivo do editor Ben Bradlee e da proprietária do jornal, Katharine Graham, seguiram em frente e, pouco a pouco, com acesso a documentos e fontes mais confiáveis, conseguiram estabelecer, de maneira inequívoca, a relação entre o arrombamento do escritório do Partido Democrata, no edifício Watergate, e o presidente Richard Nixon. Em assuntos intricados, como o Caso Watergate e a corrupção sistêmica na Petrobrás, é muito difícil, senão impossível, ter todos os detalhes explicitados, com provas cabais, em uma ou mesmo em várias reportagens. Se os jornais e as revistas forem esperar o detalhamento do chamado Petrolão, a partir da conclusão da Justiça, o caso, além de ser esquecido, jamais será esclarecido integralmente. Ou alguém duvida que sem as denúncias publicadas pela imprensa — numa escalada —, na primeira metade da década de 1990, Fernando Collor teria sofrido impeachment? Sem as várias reportagens de jornais, como “Folha de S. Paulo”, “Estadão” e “O Globo”, e de revistas, como “Veja”, “Época” e “IstoÉ”, o mensalão teria avançado e seus articuladores teriam sido presos? Às vezes a imprensa precisa “puxar” e “esticar” determinadas denúncias, apresentando e costurando pontas, para que a sociedade — incluindo polícias, Ministério Público e Justiça — reaja de maneira exemplar. O jornalismo sugerido pelos ombudsmen é acadêmico e, até, bonitinho. Mas repórteres que são escalados para investigar de fato, para escarafunchar a lama de certos políticos, executivos e empresários, sabem que este tipo de jornalismo róseo não investiga nem denuncia nada. Ombudsmen não são “auxiliares” infalíveis de Deus e suas opiniões são tão questionáveis quanto as de quaisquer outros jornalistas. Não é uma voz neutra, isenta.
As notícias de que 2015 não será um ano dos melhores, acredita-se que será um dos piores, estão levando as empresas de comunicação a demitirem profissionais. A “Folha de S. Paulo” demitiu entre 13 e 15 jornalistas, entre eles Eliane Cantanhêde, colunista de política, e Eduardo Ohata, repórter esportivo (um dos poucos especializados em boxe no Brasil). O mercado jornalístico chegou a comentar que novas demissões serão feitas, mas o jornal não confirmou. A “Gazeta do Povo” fechou sucursais em Foz do Iguaçu e Londrina, no Paraná, e demitiu três jornalistas e um repórter fotográfico na semana passada. Durante o ano, foram 23 desligamentos. Devido à queda da receita, com consequente aumento do déficit, o Grupo Paranaense de Comunicação diz que é vital fazer enxugamentos. O “Diário do Comércio”, de São Paulo, foi extinto. Razão: dívidas (trabalhistas e outras) e o custo de manutenção do jornal impresso. Estuda-se recriar o jornal exclusivamente na internet.
Leitores, como Arthur de Lucca e Carlos Wilson, que se consideram ombudsmen assistentes de vários jornais, inclusive do Jornal Opção, perguntam se é lícito publicar fotografias do padre Marcelo Rossi magérrimo. Talvez seja possível responder com uma pergunta: por que não seria lícito publicar uma fotografia do padre mais magro? Li pelo menos quatro reportagens sobre a doença (bulimia) do religioso e, no geral, não eram sensacionalistas. Explicaram o que havia acontecido e esclareceram que está se recuperando. As notícias da doença e da recuperação esconderam outra, talvez mais importante para o público: a confirmação de que o Vaticano investigou e chegou a pensar em punir o padre Marcelo, que estaria se comportando de maneira exibicionista e, assim, prejudicando a seriedade da liturgia católica. Depois de uma investigação exaustiva, o Vaticano concluiu que, longe de conspurcar a liturgia católica, o padre Marcelo trabalha, com sua música, seus livros e suas missas, para atrair católicos recalcitrantes. Muitos católicos migraram para igrejas evangélicas, às vezes mais, digamos, próximas dos problemas reais dos indivíduos. Com sua pregação alegre, até festiva, o padre Marcelo aproxima-se das ações dos evangélicos. O que “agrada” certa ortodoxia. Leia uma resenha do livro sobre o padre Marcelo Rossi: https://jornalopcao.com.br/colunas-e-blogs/imprensa/biografia-explica-por-que-marcelo-rossi-se-tornou-o-paulo-coelho-da-igreja-e-revela-sua-depressao-60258/
O Jornal Opção criou uma cultura interna que tem dado certo. Não há, na prática, editores. Todos são repórteres, inclusive aquele que é qualificado como editor-chefe. O resultado é que a redação não se tornou burocrática e uma equipe pequena (somos apenas cinco) — com repórteres que também são redatores competentes — é capaz de produzir um jornal com 48 páginas, às vezes um pouco mais. Em Goiás, pelo menos, há uma prática danosa: os melhores repórteres são guindados ao posto de editor e, assim, deixam de escrever, contentando-se com a atividade burocrática. Em “O Popular”, para ficar num exemplo, há editores que não escrevem um texto um pouco mais alentado há anos. Dos proprietários, Herbert de Moraes Ribeiro e Patrícia Moraes (ambos jornalistas criativos e inteligentes), recebemos sempre os melhores conselhos: sejam, ao mesmo tempo, ousados e responsáveis.
Moradores do Setor Bueno, nas proximidades do Parque Vaca Brava, entraram em contato com o Jornal Opção para reclamar que, na semana passada, ficaram dois dias sem acesso à programação da Net. Ao buscarem informações precisas, eram informados de que brevemente, entre as 12 e às 17 horas, um técnico iria resolver os problemas. O técnico não apareceu. O curioso é que Net teria negociado sua dívida bilionária — cerca de 5 bilhões — com o BNDES. A cúpula nacional deveria fazer uma auditoria na sua unidade de Goiânia. Alguma coisa está errada.
O às vezes polêmico site Blue Bus, criado por Júlio Hungria, está saindo do ar. Mas promete voltar, e brevemente. A direção do portal de notícias sobre publicidade e jornalismo divulgou um comunicado: “E chegou o dia em que o nosso querido ônibus azul precisou fazer uma parada. Trocar os pneus, ajustar os faróis, checar o óleo, colocar um ar condicionado, quem sabe? Temporariamente em manutenção, o Blue Bus vai fazer um pit stop. Pedimos aos seus milhares de passageiros que permaneçam em seus lugares, pois, em breve, esperamos religar os motores. Para nossos motoristas, as estradas são sempre infinitas”. Comenta-se no mercado que, apesar de bem-sucedido em termos de audiência, o site estaria com dificuldades financeiras.
O “Pop” publicou uma reportagem sobre a nova expansão do Flamboyant que mais parece material publicitário. O jornal não anotou sequer uma reclamação dos frequentadores do shopping, que tiveram de conviver, durante meses, com piso escorregadio e que às vezes afunda um pouco (em alguns lugares), poeira (colocaram panos que às vezes deixam escapar terra e pedaços de cimento) e, nas proximidades da Livraria Saraiva, cheiro de esgoto. O empreendimento chegou a colocar “pilastras” móveis, mas nenhum órgão público investigou a segurança da intervenção. Num País em que a segurança das pessoas é mais importante do que o lucro dos comerciantes, pelo menos a parte do shopping que sofreu uma intervenção gigantesca teria sido interditada. Outro problema: as escadas rolantes nem sempre funcionam e crianças e pessoas idosas — o elevador está sempre lotado, quando funciona — têm dificuldade para ir de um andar para o outro. Na primeira página, o editor do “Pop” publicou uma chamada como se a expansão já tivesse sido inaugurada. Curiosamente, o “Pop” pressiona mais órgãos públicos do que empreendimentos privados. É certo que um jornal não deve ser o sorriso do governo, mas também não deve ser o sorriso da iniciativa privada e a cárie da sociedade.
[Eliane Cantanhêde: analista de política do Globo News e ex-colunista da "Folha de S. Paulo". Foto do Facebook da jornalista]
A colunista Eliane Cantanhêde está na lista dos 13 (número admitido pelo jornal), 15 ou 25 jornalistas demitidos pela “Folha de S. Paulo” nesta semana. No Facebook, a jornalista comentou, brevemente: “Amigos do FB, aviso geral: amanhã [sexta-feira] eu não escrevo mais a coluna na ‘Folha’. Foi bom enquanto durou”.
O jornal “Brasil 247” publicou que Eliane Cantanhêde era a colunista da “Folha” mais alinhada com o PSDB. Não é bem assim. Pelo contrário, muitos chegaram a chamá-la de “petista”. Na verdade, trata-se de uma jornalista objetiva e íntegra, de opiniões às vezes incisivas, possivelmente tenha desagradado, muitas ou algumas vezes, ao petismo e ao tucanato.
Nas redes sociais, notadamente no Facebook, disseram que a presidente Dilma Rousseff pediu a cabeça da repórter. Nada disso aconteceu. A “Folha” alega que fez demissões para cortar custos e aumentar a rentabilidade da empresa. Portanto, o único responsável pela demissão é o jornal da família Frias.
A jornalista permanece no canal Globo News como analista de política, de alta qualidade, por sinal.
[Paulo Franco, superintendente artístico e de programação da Record, e César Filho, jornalista e apresentador. Foto de Edu Moraes/Divulgação Record]
“Em 2015, César Filho estará envolvido em projetos nas áreas de jornalismo e também de entretenimento, dentre eles o comando de um novo reality show de confinamento, inspirado no formato ‘Power Couple’, da Dori Media Group”, informa a Record.
“Na atração, já exibida em Israel e Portugal, dez casais, durante três meses, vão testar o seu amor em diversas provas na disputa por um grande prêmio.”
O princípio fundamental da conduta da força de elite da Marinha dos Estados Unidos, Seals, é: “Eu não divulgo a natureza do meu trabalho, nem busco reconhecimento por minhas ações”. Na prática, não é bem assim. Integrantes da força especial escrevem livros e pelo menos um deles revelou, num livro, como foi a morte de Osama bin Laden, líder máximo da A-Qaeda, no Paquistão, em 2011. Agora, o jornal inglês “Daily Mail” e um blog especializado em operações militares dos EUA divulgaram o nome e a fotografia do militar que matou o terrorista saudita.
Depois de 16 anos nas Forças Armadas americanas, Robert O’Neill (foto) decidiu assumir, publicamente, que foi o militar que matou Bin Laden. O jornal e o blog furaram o canal de televisão Fox, que vai exibir uma entrevista com o militar dividida em duas partes. A cúpula do canal sugere que, apesar da antecipação do nome do militar, vai revelar “detalhes nunca divulgados antes”. Quer dizer, seu “furo” será mais amplo e sedimentado.
Robert O’Neil é um militar condecorado, com duas estrelas de prata e quatro de bronze. Como outros membros dos Seals, é uma especialista em ações especiais, que envolvem, se necessário, “assassinatos”, como o de Bin Laden. O pai de Rob (como é conhecido), Tom O’Neil , disse que a família não teme os supostos longos tentáculos da Al-Qaeda. “As pessoas estão perguntando se nós estamos preocupados que o Isis [Estado Islâmico, em atuação na Síria e no Iraque] virá a nós porque Rob está” tornando público que matou Bin Laden. “Eu digo que vou pintar um grande alvo na porta da frente [de sua casa] e dizer ‘venham e nos peguem’”, sublinhou Tom O’Neil.
Quanto Robert O’Neil recebeu para falar ao canal Fox? Não se sabe. Não se sabe nem mesmo se recebeu alguma coisa. Mas nos Estados Unidos, e em vários outros países, entrevistas deste porte custam pequenas fortunas às redes de televisão. Posteriormente, as histórias são transformadas em livros, documentários (vendidos no formato de DVS) e filmes. É um negócio lucrativo, tanto do ponto de vista da audiência quanto financeiro.
Desde já, Robert O’Neil é apontado como um “herói nacional”.