Hemocentro mantém atendimento emergencial para hemofílicos
26 abril 2020 às 14h00
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Orientação de profissionais da saúde é para que hemofílicos não saiam de casa durante período de pandemia. Pacientes com o distúrbio são grupo de risco da Covid-19 e devem manter distanciamento social, a menos que necessite de atendimento urgente
Os hemofílicos são portadores de um distúrbio na coagulação do sangue. Por exemplo, quando alguém cai e se machuca, proteínas existentes no organismo entram em ação para estancar qualquer sangramento. Já os hemofílicos não possuem essa proteína, por isso, a coagulação não ocorre provocando um sangramento além do normal.
A gravidade do problema deve ser levada em conta especialmente neste período de pandemia. A médica hematologista Alexandra Vilela, do Hemocentro Coordenador Estadual de Goiás Dr. Nion Albernaz (Hemogo), alerta para os riscos da circulação de pessoas com esse distúrbio. “A epidemia de Covid-19 está acontecendo. Hemofilia é um grupo de risco e eles têm que se preservar, adotando as medidas de distanciamento social e todas as precauções e orientações do MS”, disse ao Jornal Opção.
Atendimento
Ela explica que os atendimentos emergenciais para este grupo não parou com a pandemia. “Os serviços de saúde não foram interrompidos. Os serviços considerados emergências continuam em andamento. Só as consultas eletivas, aquelas em que não há risco para a vida do paciente ou que não há risco de adiamento da consulta é que foram remarcadas”, informou.
Caso um hemofílico precise assistência, ela conta que o Hemocentro continua em funcionamento. “Tem todos os dias um médico para continuar as consultas consideradas emergenciais ou fundamentais. O paciente que pode esperar porque não tem nenhuma doença mais grave, nenhum sintoma mais grave é que foi adiado. O Hemogo continua com o ambulatório aberto”, explicou.
No entanto, se a situação não é urgente, Alexandra pede para que os hemofílicos não saiam de casa enquanto as infecções por coronavírus não forem controladas. “Você consegue fazer tomografia, ressonância. Se não é considerada emergência a gente aconselha o paciente a não sair de casa. Hemofilia é grupo de risco para Covid-19, igual cardiopatia, doença renal grave. Se pegar Covid é mais grave”, falou.
Medicação
De acordo com a médica hematologista, o Ministério da Saúde (MS) enviou um lote especial de medicamento para todos os estados do Brasil. “Os hemofílicos tomam uma medicação que é liberada mensalmente para eles. Todo mês eles têm que pegar o remédio e tomar em casa. O MS já liberou um estoque dobrado. Para todos os hemofílicos foi dada a medicação para dois meses para evitar que eles circulem e peguem Covid-19 por causa desta circulação”, comunicou.
Medidas contra Covid-19
Ela ainda explica que o Hemocentro adotou as orientações do Ministério da Saúde para que pacientes hemofílicos que ainda precisem se dirigir ao hospital tenham menor risco de infecção pelo novo coronavírus. “As pessoas têm que ficar a dois metros um do outro, sempre usar máscara ao sair na rua, álcool gel todas as vezes que toca em alguma superfície. Essas são as orientações para qualquer unidade de saúde e que foram adotadas pelo Hemocentro também”, explicou.