Governo Bolsonaro tem 19 nomes ligados à Operação Lava Jato

16 junho 2019 às 10h39

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Todos os profissionais foram nomeados pelo ministro da Justiça, Sergio Moro

A gestão Jair Bolsonaro contabiliza, até o momento, pelo menos 19 membros com histórico profissional relacionado à Operação Lava Jato. Além do ex-juiz federal Sergio Moro, hoje ministro da Justiça, outras 18 pessoas no governo federal, nomeadas para cargos de confiança, já trabalharam em repartições vinculadas à operação.
Na lista, há delegados da Polícia Federal (PF) e auditores da Receita Federal, que já atuaram nas investigações da operação. Há também servidores da Justiça Federal do Paraná que trabalharam com o ministro.
Além disso, há uma ex-subprocuradora-geral da República, Maria Hilda Marsiaj Pinto, que pediu exoneração de seu cargo no MPF (Ministério Público Federal) para se tornar secretária nacional de Justiça.
Marsiaj Pinto integrou parte da força-tarefa montada pelo MPF para a Lava Jato. Entre 2015 e 2018, a secretária atuou em recursos que dizem respeito a processos da operação que tramitam no STJ (Superior Tribunal de Justiça). Atualmente, ela é subordinada a Moro no Ministério da Justiça.
Moro é o responsável pela nomeação dos 18 profissionais, que exercem cargos de confiança vinculados ao seu ministério. No último 28, no entanto, o Congresso Nacional transferiu o comando do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) para o Ministério da Economia. Assim, três auditores da Receita que eram subordinados a Moro agora trabalham para o ministro Paulo Guedes, chefe da pasta econômica.
O ministro da Justiça e outros integrantes da Operação Lava Jato estão hoje no centro de uma crise deflagrada pela divulgação de conversas sobre a operação Lava Jato. Os diálogos publicados pelo The Intercept Brasil expõem o ministro, então juiz, orientando ações dos procuradores da Lava Jato e debatendo decisões judiciais que ainda não tinham sido divulgadas
Lista dos integrantes
Sergio Moro, ministro da Justiça
Foi juiz da 13ª Vara da Justiça Federal do Paraná, onde tramitam processos da operação Lava Jato. Responsável pela condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo caso do triplex do Guarujá (SP).
Flávia Blanco, chefe de gabinete de Moro
Analista judiciária da Justiça Federal do Paraná. Atuou como diretora da secretaria da 13ª Vara da Justiça Federal durante a operação Lava Jato.
Elias José Pudeulko, assessor da chefe de gabinete
Técnico judiciário da Justiça Federal do Paraná. Trabalhou na 13ª Vara da Justiça Federal do Paraná com o ministro Sergio Moro.
Andrezza Cristina Cardos de Oliveira Klug, assessora da chefe de gabinete
Analista judiciária da Justiça Federal do Paraná. Atuou como supervisora da seção de assessoria jurídica e assessora da direção do foro durante a Lava Jato.
Marcos Koren, assessor especial do ministro
Agente da Polícia Federal. Trabalhou na comunicação da superintendência do órgão em Curitiba durante a operação Lava Jato, inclusive durante a prisão do ex-presidente Lula.
Maria Hilda Marsiaj Pinto, secretária nacional de Justiça
Trabalhou como subprocuradora geral da República e integrou a força-tarefa da Lava Jato entre 2015 e 2018. Também atuou em recursos que tramitaram no STJ (Superior Tribunal de Justiça).
Georgia Renata Sanchez Diogo, assessora especial internacional do Ministério da Justiça
Foi assessora-chefe da Secretaria de Cooperação Internacional da PGR (Procuradoria-Geral da República) e trabalhou em acordos de cooperação internacional da Lava Jato.
Annalina Cavicchiolo Trigo, diretora do Departamento de Promoção de Políticas de Justiça
Trabalhou na AGU (Advocacia-Geral da União) e atuou em discussões sobre acordos de leniência fechados com empresas investigadas na Lava Jato.
Rosalvo Ferreira Franco, chefe da Secretaria de Operações Policiais Integrada
Delegado da Polícia Federal aposentado. Foi superintendente da PF no Paraná quando a Lava Jato foi deflagrada.
Erika Mialik Marena, diretora de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional
Delegada da Polícia Federal. Fez parte da força-tarefa da Lava Jato e participou das primeiras fases da operação. A delegada é responsável pelo nome de batismo da operação.
Eduardo Mauat da Silva, coordenador-geral de articulação institucional do DRCI (Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional)
Delegado da Polícia Federal. Integrou grupo de trabalho da operação Lava Jato entre 2014 e 2016.
Mauricio Leite Valeixo, diretor-geral da PF
Delegado da Polícia Federal. Foi superintendente da PF no Paraná durante a Lava Jato. Atuava como chefe do órgão quando o ex-presidente Lula foi preso.
Igor de Paula Romário, diretor de investigação e combate ao crime organizado da PF
Delegado da Polícia Federal. Antes, coordenou o trabalho de investigações da Lava Jato em Curitiba, incluindo inquéritos relacionados ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Roberval Ré Vicalvi, diretor de administração e logística policial da PF
É delegado da Polícia Federal. Atuou como o segundo da hierarquia da Superintendência da PF no Paraná durante a gestão Maurício Leite Valeixo.
Fabio Salvador, diretor técnico-científico da PF
Trabalha como perito da Polícia Federal (PF). Já foi chefe da equipe de perícia da Lava Jato.
Roberto Leonel de Oliveira Lima, presidente do Coaf Auditor da Receita Federal. Foi chefe do Espei (Escritório de Pesquisa e Investigação) da Receita em Porto Alegre e enviou informações para investigações da Operação Lava Jato.
Ana Amélia Olczewski, diretora de inteligência financeira do Coaf
Atua como auditora da Receita na Lava Jato. Antes, foi chefe do Espei (Escritório de Pesquisa e Investigação) da Receita em Porto Alegre e enviou informações para investigações da Lava Jato.
Marcelo Renato Lingerfelt, chefe de gabinete do Coaf
Auditor da Receita. Trabalhou como chefe da divisão de pesquisa e, posteriormente, como coordenador de assuntos estratégicos da Coordenação-Geral de Pesquisa e Investigação da Receita durante a Lava Jato.