Audiência coloca frente a frente Goinfra e empresa investigada por desvio em contrato de R$ 28 mi

07 maio 2024 às 12h14

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Investigada por desvios de verba pública, a empresa Prime Construções realizou a primeira audiência nesta terça-feira, 7, para discutir a rescisão do contrato com a Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra). Representantes da Comissão de Processo Administrativo de Responsabilização de Pessoa Jurídica (CPAR) da autarquia se reuniram com a defesa da empresa, em Goiânia.
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O contrato entre as partes foi rompido no dia 9 de abril de 2024, após a Polícia Civil (PC) deflagrar uma operação para investigar os desvios em um contrato de R$ 28 milhões. A vigência seria de 12 meses, a partir do dia 5 de junho de 2023.
A Prime Construções foi contratada para realizar serviços de manutenção e conservação predial de natureza preventiva e corretiva das instalações da autarquia ou de unidades que a agência conveniou. Entre as ações estavam a troca de tomadas, manutenção de parede, mudança de divisória e restauração de telhado.
A Goinfra abriu processos administrativos contra os servidores e a empresa, além de ter perdido o presidente Lucas Alberto Vissotto Júnior, que foi exonerado em decreto do governador Ronaldo Caiado publicado no último dia 20. O processo segue em investigação na PC e na Controladoria Geral do Estado (CGE).
Sem provas
Ao Jornal Opção, o advogado Alexandre Lourenço, que representa a empresa, informou que a investigação conduzida pela PC é baseada “exclusivamente” no documento expedido pela CGE e que, por isso, não há provas que incriminem a empresa.
Para o advogado, houve uma “interpretação equivocada” por parte da corporação, o que tem provocado prejuízos à imagem da empresa. O suposto desvio foi descoberto pela CGE durante uma expressão e, posteriormente, informado à PC.
“Esse documento aponta dois achados que, para eles, indicam superfaturamento. É um ato regular do estado, a empresa não questiona isso e também não acreditamos que o contrato venha ser retomado, visto que já foi rescindido”, disse.
Questionado sobre um possível processo contra o estado, Alexandre afirmou que o assunto ainda não é debatido. O Jornal Opção entrou em contato com a Goinfra para que se posicionasse, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.