Goiás já registrou 21 terremotos em 2024, na última década foram 110 ocorrências

29 junho 2024 às 11h33

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Com colaboração de Raphael Bezerra
Em Goiás já foram registrados 21 tremores de terra neste o número é mais que o dobro dos anos de 2023 e 2022, quando foram registrados 5 e 6 sismos respectivamente. Os dados foram levantados pelo Jornal Opção junto ao Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UNB). Na última década foram 110 registros e a maioria dos abalos foram registrados na região norte do estado com destaque para o município de Estrela do Norte que registrou os tremores mais fortes.

Os tremores registrados em Goiás são fracos e na maioria das vezes imperceptíveis. Apesar da concentração maior na região Norte, há também registros de terremotos em Itumbiara, Rio Verde e Catalão, na região Sul do estado. O registro mais forte deste ano foi de 3,1 na escala Richter que aconteceu na cidade de Trombas, próximo à divisa com Tocantins.
O mês de março foi o mais movimentado, com 10 registros de tremores de terra. As ocorrências com mais intensidades foram registradas em Posse (2,8), São Miguel do Araguaia (2,6), Trindade (2,4), Campo Alegre de Goiás (2) e Catalão (1,8).
Em 2023, um tremor de terra foi registrado também no município de Montividiu do Norte. Os anos de 2015 e 2017 registraram, juntos, quase 30 eventos sismológicos.
O geólogo Sevan Naves explica que o Observatório Sismológico fica estrategicamente localizado em Brasília por conta da região central do estado ser um dos mais estáveis do mundo. “Aqui os terrenos são mais antigos, estamos bem no meio da placa sul-americana e isso permite maior estabilidade. Os tremores às vezes ficam mais localizados no extremo-norte por conta da bacia rio Parnaíba e mais ao sul na bacia do rio Paraná, esses locais estão mais sujeitos a acomodações de terra”, explicou o especialista.
Ainda segundo Naves qualquer sismos no Brasil são de mais baixa magnitude e também em regiões pouco povoadas. “Essa característica de planalto propicia o terreno no Brasil-Central ser mais estável, por isso quase a totalidade dos registros de sismos não dá para perceber”, disse
Sobre o aumento dos registro em 2024 Naves disse que que é preciso fazer uma análise para focada para entender o motivo. “A natureza é muito dinâmica então é preciso entender o porquê dos dados terem registrado um quantitativo quatro vezes maior do que os dos anos anteriores. Isso pode ser um extravazamento de gases ou algum evento eruptivo, mas nota-se que as ocorrências sempre estão nos extremos do estado”, afirmou.
O terremoto mais forte registrado em Goiás foi em 2010 na divisa com o Tocantins e alcançou 5 pontos na escala Richter. Na época, o abalo foi sentido em Goiânia e prédios no centro da capital chegaram a ser evacuados.
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