Goiânia 91 anos: mais cobranças do que comemorações

24 outubro 2024 às 08h38

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Goiânia, que completa seus 91 anos nesta quinta-feira, 24, deveria ser palco de celebrações que exaltam seu progresso e desenvolvimento. No entanto, a realidade vivida por muitos de seus habitantes revela uma cidade que enfrenta desafios sérios, especialmente na gestão pública.
A atual administração, sob o comando do prefeito Rogério Cruz (Solidariedade), deixou muito a desejar em várias áreas essenciais, impactando diretamente a qualidade de vida da população. O aniversário da capital goiana é, portanto, um momento mais propício para cobranças do que para comemorações.
Um dos setores mais críticos é a saúde pública, onde a cidade enfrenta uma crise sem precedentes. A gestão das maternidades, sob a responsabilidade da Fundação de Apoio ao Hospital das Clínias (Fundahc), entrou em colapso, prejudicando a oferta de serviços essenciais.
O problema gerou insatisfação generalizada, resultando em manifestações de profissionais da saúde e de pacientes, que não encontram nas unidades o atendimento adequado. Além disso, a crise no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) piorou ainda mais a situação, com a falta de ambulâncias e demora no socorro.
Outro problema grave é o da coleta de lixo. Goiânia, uma capital que já foi considerada uma das mais limpas do país, hoje sofre com a ineficiência desse serviço básico. Vários bairros da cidade convivem com lixo acumulado nas ruas, expondo os moradores a riscos de doenças e deteriorando o ambiente urbano.
A educação infantil também é um setor que não avança como deveria. O déficit de vagas em Centros Municipais de Educação Infantil (Cmeis) é uma questão que afeta diretamente as famílias de Goiânia, especialmente as mais vulneráveis.
Muitas mães e pais não conseguem uma vaga para seus filhos, o que os obriga a recorrer a alternativas precárias ou a desistir do trabalho para cuidar das crianças em casa. Esse déficit representa não apenas uma falha no atendimento às necessidades educacionais da população, mas também uma barreira ao desenvolvimento econômico e social das famílias que dependem de creches públicas.
Diante desse cenário, o aniversário de 91 anos de Goiânia não pode ser visto como motivo de grandes festejos, mas como um alerta para as urgências que a cidade enfrenta. É crucial que a população, ao invés de se deixar levar por uma celebração simbólica, levante suas vozes para exigir melhorias reais e estruturais em áreas essenciais, a começar pelo próximo domingo, 27, exercendo seu direito de votar.
Mais do que comemorar, o aniversário de Goiânia deve ser um marco para a reflexão e para a cobrança. É necessário que a gestão municipal ouça as demandas dos cidadãos e tome medidas concretas para solucionar os problemas que afetam a vida cotidiana de todos.
Goiânia merece ser uma cidade próspera e acolhedora, mas para isso, a gestão pública precisa ser eficiente, responsável e transparente. A cobrança é essencial para que, nos próximos aniversários, haja de fato razões para celebrar. Quem sabe, no centenário da nossa capital, esse texto não possa ser diferente.
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