Goiânia 100 por Centro: movimento é lançado pelo GYN 2030 para pautar o tema no 2° turno

15 outubro 2024 às 11h59

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Fred Le Blue
O GT Goiânia 2030 acaba de propor uma linha de atuação de luta comunitária pela paisagem cultural do Centro. A ideia é atuar, enquanto movimento social e terceiro setor na formação de propostas eleitorais e agendas governamentais, bem como, no controle e a avaliação da implementação de políticas públicas sociourbanas sobre os desafios e propostas para região Central expandida de Goiânia.
O histórico Setor Central de Goiânia, que inclui também o Bairro Popular, apesar de contemplado por diversos projetos de revitalização urbanística e incentivo fiscal nas recentes gestões de diferentes partidos, tem sido negligenciado, enquanto paisagem cultural urbana e coletiva de relevância histórica, recreativa, turística e residencial.
O 100 Por Centro é um observatório comunitário de defesa e zeladoria do espaço público com urbanidade, que atua pela reconquista, gestão e democratização total e participativa do patrimônio histórico e arquitetônico do Centro, por vezes, ocultado por fachadas comerciais. Essa proposta de “descentralização” espacial só será total se permitir que pessoas socialmente vulneráveis e pessoas com deficiência aproveitem dessa sala de visita da cidade que é o Centro, facultando também o surgimento e consolidação de novas centralidades municipais em Goiânia em áreas, inclusive, periféricas.
A proposta é ampliar, com sustentabilidade, segurança, inclusão e acessibilidade, os usos, significados e reapropriações dos espaços públicos, dos comércios locais, dos casarios tombados do bairro, mediante uma campanha de educação e conscientização patrimonial e histórica de longo prazo. Nesse sentido, visa, inclusive, o tombamento junto à Unesco do traçado original do núcleo pioneiro e do patrimônio arquitetônico art decó de Goiânia (Centro e Campinas).
Ao movimentar a cena cultural do Centro com a colaboração e iniciativa de moradores, lideranças, trabalhadores, empreendedores e visitantes, por meio de intervenções urbanas artísticas psicogeográficas inclusivas e acessíveis de arte urbana, turismo cultural, urbanismo turístico e educação patrimonial, serão valorizadas os seguintes aspectos: as memórias, identidades, pertencimentos, pracialidades, disrupções e imaginários geoafetivos do ambiente construído, natural e vivido goianiense.
Polinizando tribos, direito à cidade com à mobilidade, linguagem artística com metodologia científica, diversidade cultural com arquitetônica do Centro, podemos mostrar que esse bem comum não é um lugar incomum da cidade, não só um local de passagem e caos, mas também de conviabilidade e história.
Polinizando tribos, direito à cidade com à mobilidade, linguagens artísticas com metodologias científicas, diversidade cultural com arquitetônica do Centro, podemos fazer desse postal icônico não só um local de passagem e de comércio, mas também de permanência e de residência.
Fred Le Blue é pós-graduado em Planejamento Urbano pela UFRJ e Idealizador do GT Goiânia 2030.